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Wagyu: raça produz a carne mais cara e saborosa do mundo

Em São Paulo, o quilo da carne do Wagyu pode chegar a R$ 240; em restaurantes, uma porção de 400 gramas vale mais de R$ 200 – equivaleria a R$ 500/kg

O boi da raça japonesa wagyu (lê-se ‘uaguiú”) é o responsável pela produção de uma das carnes mais caras do mundo, que chega a ser vendida por até US$ 1.000 o quilo no Japão.

Essa carne, conhecida como “kobe beef” –uma referência à cidade japonesa de Kobe, de onde o gado se origina– é encontrada no Brasil por um preço mais baixo, mas ainda assim salgado.

Em São Paulo, o quilo da carne pode chegar a R$ 240 (ou US$ 102). Em restaurantes, uma porção de 400 gramas vale mais de R$ 200 –o que, por quilo, equivaleria a R$ 500 (US$ 213)

carne do wagyu

A justificativa para o alto preço está no fato de a raça wagyu produzir carne com muita gordura entre as fibras, o que, segundo especialistas, a torna saborosa e macia. Por essa razão, ela é quase sempre servida apenas levemente grelhada e com pouco sal; nada de molhos ou temperos fortes, para não haver interferências no gosto.

Diferenças entre as carnes

Comparativo de bifes de Wagyu, Angus e Nelore da esquerda para a direita.
Comparativo de bifes de Wagyu, Angus e Nelore da esquerda para a direita.

A história do gado Wagyu

O gado Bovino foi introduzido no Japão a partir da Ásia, através da península Coreana, por volta do século II com o objetivo de fornecer Tração para o cultivo de arroz. Os primeiros bovinos foram importados para a região de Shikoku. Devido à dificuldade de viagem no terreno montanhoso da região, a posterior migração do gado foi lenta e restrita. O gado tendia a ficar isolado em áreas pequenas e cada área tinha essencialmente urna população fechada.

O rebanho bovino no Japão ficou oficialmente fechado por mais de 200 anos por meio de um mandato de um shogun que durou de 1635 até 1854. Com a “Restauração Meiji”, em 1868, o governo encorajou a importação de outras raças Européias para a cruza. Cada uma das várias regiões onde se criava gado, preferiam raças distintas, de modo que a variedade regional tornou-se enorme. Em 1910, constatou-se que o cruzamento não havia sido benéfico e, mais uma vez, o rebanho nacional seria fechado para o cruzamento.

Devido aos impedimentos geográficos para se viajar e, às divergências de opinião a respeito da seleção e criação, o gado de uma região tornou-se totalmente diferente do gado de outras regiões.

As duas principais regiões onde o Black Wagyu se desenvolveu são Tottori e Tajima. O Gado em Tajima (atualmente denominada “Hyogo Prefecture”) foi selecionado devido aos seus pesados quartos dianteiros. já que foi inicialmente utilizado à frente de pesados carros de Boi de madeira. O gado dessa região tende a se menor em estatura do que o gado de Tottori, sendo também, de forma geral, menos musculoso, mas produz carne de excelente qualidade com ampla área de Olho de Lombo. O gado de Tottori foi selecionado por seu tamanho e pela forca de sua “linha de dorso” já que eram utilizados como animais de carga na crescente indústria siderúrgica da região. A qualidade da carne é moderada, tendo excelente habilidade materna. Essas diferenças são perceptíveis nessas duas linhagens até os dias de hoje.

A outra raça de Wagvu, o Red Wagyu, foi inicialmente criada e desenvolvida nas ilhas de Kyushu e Kochi. Existem duas linhagens distintas de Red Wagyu (Kochi e Kumamoto). O Red Wagyu Kochi foi fortemente influenciado pela raça Korean, enquanto que o Red Wagyu de Kumamoto possui uma considerável influência Simental. Devido a essas diferenças, o Red Wagvu Kochi é menor que o Kumanoto. com uma ossatura menor e sem a compactação natural do Red Wagyu Kumamoto. O Red Wagyu Kumamoto criado em uma região com uma relativa abundância de pastagem. É o gado de corte japonês que mais se assemelha ao gado de corte americano e europeu.

Nos primeiros anos da indústria pecuária do Japão, a linhagem das fêmeas era mais importante do que a linhagem dos machos. Isso se devia ao pequeno tamanho do rebanho de cada produtor. Os produtores preferiam as vacas, a fim de maximizar o número de bezerros, que poderiam produzir anualmente, dado à limitação de animais adultos que poderiam ser acomodados. A mais famosa linhagem de vaca foi a linhagem “Tsuru-ushi”. Esta linhagem foi desenvolvida em Okayama Prefecture junto às montanhas Chugoku. Em 1941, oito linhagens de fêmeas foram estabelecidas, dando a base para as 37 linhagens de BIack Wagyu existentes hoje. As quatro melhores vacas das oito linhagens foram: Atsuta-zuru, Fuji-zuru, Yoshi-zuru e Azuma-zuru.

Com o advento da inseminação artificial, as linhagens de touros passaram a ser dominantes. A pressão para a seleção passou a ser maior no lado dos touros e a linhagem dos touros passou a ser mais importante que a linhagem das vacas. Atualmente, as três linhagens de touros mais importantes são: Doi, Nami e Manryu. Dessas três, a linhagem Doi é sem dúvida alguma a mais popular. Em algumas regiões, 70% do gado Wagyu contém Doi na sua linhagem.

Associação brasileira de Wagyu – wagyu.org.br

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