“A canola entrega um produto de maior valor agregado em quantidade maior que a soja”, afirmou o CEO, João Marcelo Dumoncel.
São Paulo, 14 – A 3tentos inicia nos próximos dias o processamento de canola na planta de Ijuí (RS), operação que deve durar de dois a três meses nesta temporada e incorpora de forma permanente a oleaginosa ao projeto industrial da companhia. A cultura produz cerca de 400 quilos de óleo por tonelada, contra aproximadamente 200 quilos na soja. “A canola entrega um produto de maior valor agregado em quantidade maior que a soja”, afirmou o CEO, João Marcelo Dumoncel em teleconferência com analistas.
O Rio Grande do Sul plantou 240 mil hectares em 2025 e colheu safra considerada positiva pela empresa. O CEO destacou a reversão da relação de preços. “Até o ano passado, a canola tinha desconto de 5% a 10% sobre o preço da soja. Hoje trabalha com prêmio de 5% a 10%”, disse. O resultado motivou aumento de intenção de plantio para 2026. “O produtor está satisfeito e já sinaliza aumento significativo de área”, afirmou. A companhia projeta que o Estado possa chegar a 400 mil hectares ou se aproximar de 500 mil hectares no próximo ciclo.
O executivo também destacou o potencial de expansão a partir das áreas de inverno no Estado. “O Rio Grande do Sul tem 6 milhões de hectares que hoje estão ocupados por atividades de menor remuneração. Isso incentiva o produtor a aumentar área de canola”, disse.
A 3tentos investiu R$ 60 milhões para adaptar a planta de Ijuí ao processamento da oleaginosa, dentro do plano de R$ 320 milhões em ampliações industriais até 2030. A unidade está pronta para operar com canola por até seis meses ao ano, dependendo do volume originado. “O volume que originarmos vai definir quantos meses vamos trabalhar com canola”, afirmou Dumoncel.
O presidente do conselho, Luiz Osório Dumoncel, destacou o foco em assistência técnica. “”Nossa dedicação é para que o produtor tenha cada vez mais conhecimento e segurança no manejo da canola, para evoluir em produtividade, custo e resultado””, disse. Ele afirmou que a companhia lidera o movimento de ampliação da cultura no Estado.
A empresa oferece programa completo de barter para canola, com seguro agrícola incluído. “Temos toda a estrutura tecnológica e o seguro integrado”, disse João Marcelo. A companhia afirmou que o seguro foi essencial para mitigar riscos nos últimos anos de condições climáticas adversas no Estado.
O farelo de canola terá destino no mercado interno e externo. “Já temos mercado interno e mercado externo estruturados”, disse o CEO. Segundo ele, a companhia finaliza ajustes logísticos e parâmetros de prêmio para a comercialização. O presidente do conselho observou que a formação de preços seguirá a dinâmica de mercado. “A 3tentos lidera o movimento de expansão, mas o mercado será soberano”, afirmou.