7 passos para reduzir a incidência de partos difíceis no rebanho

*Texto publicado originalmente no blog da Fundação Roge

Dificuldades no parto podem prejudicar a mãe e comprometer a saúde, o bem estar, desempenho e a sobrevivência dos bezerros recém-nascidos.

Ao parto em que o bezerro está enroscado dá-se o nome parto distócico, que pode ser definido como parto difícil. É um dos fatores que mais contribuem para a mortalidade desses animais recém-nascidos. E aqueles que sobrevivem podem apresentar uma série de problemas que acabam comprometendo seu desempenho futuro.

A distocia se caracteriza por diferentes graus de dificuldade durante a parição, que podem variar de um ligeiro atraso até a incapacidade da fêmea parir.

Prejuízos que a distocia pode gerar:

Dificuldades no parto podem prejudicar a mãe e comprometer a saúde, o bem estar, desempenho e a sobrevivência dos bezerros recém-nascidos.

De acordo com o médico veterinário Lucas Tonelli a distocia é mais comum no Brasil em vacas de primeira cria e as pesquisas revelam que os animais provenientes de partos difíceis são:

  • Animais fracos e estressados
  • Apresentam hipóxia (baixa oxigenação)
  • Dificuldades de se manter em pé
  • Dificuldade em se alimentar
  • Dificuldade em controlar a digestão.

A vaca afetada pela distocia fica mais predisposta à retenção de placenta, infecções uterinas e outros problemas que podem resultar no aumento do intervalo entre partos, por isso mãe e filhos precisam do manejo adequado após o parto distócico. A falta de cuidado nesses casos pode desencadear doenças muito comuns nesse período,  como a metritehipocalcemia.

É possível prevenir!

Segundo o médico veterinário José Luiz M. Vasconcelos em um artigo da revista Milkpoint, existem formas de prevenir a dificuldade na hora do parto bovino:

1.Crie as novilhas para que venham a parir com tamanho adequado aos 24 meses de idade, e evite que vacas e novilhas tenham excesso de peso no parto.
2.Providencie um piquete maternidade limpo, seco, ventilado e de fácil acesso.
3.Observe o parto (de forma discreta e contínua).
4.Espere o tempo necessário antes de auxiliar o parto.
5.Preocupe-se com higiene em todos os procedimentos de auxílio ao parto.
6.Reconheça suas limitações em resolver o problema, chame um veterinário antes que a vaca esteja exausta, e o bezerro morto.
7.Providencie boa assistência ao bezerro recém-nascido.

E se, ainda assim, for preciso intervir no parto?

Quando o parto durar mais de 8 horas e com sinais de que o bezerro está em uma posição incorreta, ou enroscado, é preciso intervir com cuidado e experiência profissional.

Para confirmar a má posição do bezerro é preciso que a vaca seja examinada por palpação pelo canal do parto. Lembrando que antes de ser realizado o procedimento é fundamental a higienização da área e a utilização de luvas para que não ocorra a contaminação.

Caso o bezerro necessite ser puxado é importante que a pessoa responsável tenha experiência com esse tipo de situação e siga o ritmo das contrações do animal, sem forçar.

Ricarda Maria dos Santos, médica veterinária e professora da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) recomenda que a intervenção em novilhas seja entre 60 a 90 minutos após o aparecimento das membranas fetais, já nas vacas entre 30 a 60 minutos.

Para que a  distocia não seja um prejuízo para o produtor leiteiro é preciso que a fazenda tenha profissionais treinados e capacitados a fim de realizar o manejo adequado para que a intervenção aconteça no momento certo e da maneira correta,  e assim reduzir a incidência de óbitos no rebanho.

Saiba mais sobre a criação de bezerras:

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