Brasil deve abater o maior número de bovinos em 10 anos, apontam as consultorias; Com os abates elevados de bois e fêmeas nos últimos meses, a expectativa é de que a oferta possa ficar — ainda que levemente — um pouco mais enxuta a partir de agora em comparação com os níveis do início deste ano, até a virada de ciclo em 2025.
O setor pecuário no Brasil tem mostrado um crescimento significativo em 2024, com um aumento expressivo no número de abates de bovinos. De janeiro a junho, foram abatidas cerca de 18,89 milhões de cabeças, representando um aumento de 17,87% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados de um relatório da consultoria Safras & Mercado.
O mês de junho sozinho viu um aumento de 6,92% em relação a 2023, totalizando 3,11 milhões de cabeças. Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, destaca que “a demanda está bastante aquecida, em especial a demanda externa, com o Brasil superando recorde após recorde nas vendas de carne bovina no mercado internacional”.
Por outro lado, a Datagro Pecuária prevê que o abate no Brasil deve fechar 2024 em 37,2 milhões de cabeças, um aumento de 9% sobre o ano passado. Esta elevação é impulsionada principalmente pelo descarte de fêmeas, que vem sendo uma prática crescente desde o início de 2022.
João Figueiredo, analista da Datagro Pecuária, comenta que “o volume de fêmeas abatidas no Brasil vem renovando máximas por diversos meses consecutivos”, uma tendência que parece se estabilizar com os números de abate de fêmeas começando a se aproximar dos registrados no ano passado, indicando um possível realinhamento para uma fase de retenção de fêmeas.
O ciclo pecuário, que descreve as fases alternadas de aumento e diminuição no número de cabeças de gado, está atualmente numa fase de “inversão” devido aos intensos descartes de fêmeas. A produtividade média da bovinocultura de corte também contribuiu para esta dinâmica, encurtando o ciclo pecuário e aumentando a oferta de carne.

O aumento na oferta e o subsequente descarte de fêmeas tem efeitos variados sobre os preços. No curto prazo, isso resulta em uma queda nos preços do boi gordo, mas no médio e longo prazo, o descarte influencia a redução do ritmo de nascimentos, o que pode aumentar a propensão a reajustes ao longo da cadeia produtiva.
A partir do segundo semestre de 2024, espera-se uma queda nos volumes de abate de fêmeas, alinhada com estratégias de recomposição de plantel das fazendas para a produção de bezerros, conforme explicado por Figueiredo. Este ajuste é acompanhado por uma recuperação de preço da arroba do boi gordo em algumas regiões, com preços observados em alta em São Paulo, atingindo R$ 232 por arroba.
Esses dados refletem um momento de transição para o setor pecuário brasileiro, que caminha para uma oferta mais enxuta até a virada de ciclo em 2025, mantendo o Brasil como um dos principais players no mercado internacional de carne bovina.
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