
Ainda será necessário respeitar exigências específicas de cada país – como períodos mínimos livres da doença -, mas o processo deve avançar rapidamente.
São Paulo, 23 – O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que, com o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre o fim do caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em plantel comercial no País, não há mais justificativas técnicas para a manutenção de restrições às exportações brasileiras de carne de aves. Por isso, acredita que a plena normalização do comércio internacional deve ocorrer ao longo do próximo mês.
“O Brasil está livre. Você não tem, tecnicamente, nenhum motivo a mais para dizer ‘eu não confio'”, disse Santin. “Com o reconhecimento da OMSA, não há motivo técnico para não se comprar do Brasil”, acrescentou. “Esperamos que a normalização total da exportação ocorra ao longo de julho”, afirmou.
Segundo ele, ainda será necessário respeitar exigências específicas de cada país – como períodos mínimos livres da doença -, mas o processo deve avançar rapidamente após o referendo da OMSA.
A previsão vem após a OMSA declarar encerrado o caso registrado em uma granja comercial em Montenegro (RS), e considerar que o Brasil voltou a ser oficialmente livre da doença. Com a nova condição sanitária, a ABPA espera uma reação rápida dos mercados importadores. “Agora a gente vai ter que negociar com os países que, em tese, devem suspender as restrições. Segunda-feira a gente já devia estar recebendo a comunicação de todo mundo dizendo: ‘levanta a suspensão para mim’. Mas é uma decisão de cada país”, afirmou Santin.
Segundo ele, a prioridade nas conversas está voltada para mercados estratégicos como União Europeia e China. “Esse é o nosso foco agora. Todos os adidos agrícolas já estão transmitindo as informações oficiais às autoridades de seus respectivos países”, explicou.
Apesar do impacto gerado pelas suspensões, Santin avalia que os efeitos foram limitados. A ABPA contabilizou queda de 12,9% no volume de carne de aves embarcado em maio. O nível de recuo é semelhante nas primeiras semanas de junho. “Caímos apenas 12,9% nas exportações mesmo com a suspensão de países importantes. Mais de 125 países ficaram abertos”, disse.
O presidente da entidade citou, como exemplo, a liberação do México, que reduziu a restrição ao Rio Grande do Sul antes mesmo do anúncio da OMSA, para referendar a expectativa de aceleração dos embarques nos próximos dias.