
Polícia Ambiental flagra transporte de 115 sacos da planta na Serra da Esperança; caso expõe regras rígidas sobre exploração de recursos naturais em áreas de preservação
Um agricultor do Paraná será processado por crime ambiental após ser flagrado arrancando musgo de sua própria plantação de erva-mate localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Esperança, no centro-sul do estado. A ocorrência foi registrada na última segunda-feira (11), quando a Polícia Ambiental abordou uma caminhonete na BR-277, em Guarapuava, carregada com 115 sacos da planta.
De acordo com a corporação, o agricultor não apresentou licença ambiental nem nota fiscal que autorizassem a extração e o transporte do produto de origem florestal. Por isso, além da apreensão da carga, ele foi multado em R$ 6 mil e responderá judicialmente pelo crime.
O homem alegou que havia retirado o musgo durante uma limpeza no terreno e que sua intenção era vender a carga. Caso a comercialização tivesse ocorrido, o comprador também poderia ser responsabilizado criminalmente, por adquirir material florestal não registrado.
A importância do musgo e os riscos da exploração irregular
O material extraído, conhecido como musgo esfagno, é bastante utilizado na ornamentação de vasos e plantas, especialmente orquídeas. No entanto, apesar de parecer inofensivo, sua retirada descontrolada pode impactar o equilíbrio ecológico da região, já que a vegetação das APAs desempenha papel fundamental na manutenção da biodiversidade e na proteção dos recursos hídricos.
Após a apreensão, o musgo foi doado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapuava, que ficará responsável pelo destino adequado da planta.

Por que é crime arrancar musgo em uma APA?
Segundo a legislação brasileira, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são territórios delimitados por lei que, apesar de permitir a presença humana, possuem regras específicas para ocupação e exploração dos recursos naturais. No caso do Paraná, a autorização deve ser emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT).
Essas áreas são definidas por possuírem atributos ambientais, estéticos, culturais e biológicos de relevância, cuja preservação é considerada essencial para a qualidade de vida das populações. O objetivo é disciplinar o uso do solo, assegurar a sustentabilidade e proteger a diversidade biológica.

Identidade preservada e próximos passos
O nome do agricultor não foi divulgado pela polícia em respeito à Lei de Abuso de Autoridade. O g1 informou que tenta contato com a defesa do acusado.
Enquanto isso, o caso reforça a necessidade de maior conscientização sobre o manejo adequado dos recursos naturais, especialmente em áreas protegidas. O episódio também chama atenção para um mercado paralelo de musgo e outras plantas ornamentais, que muitas vezes é alimentado por práticas de extração ilegal, colocando em risco o meio ambiente e gerando consequências criminais para os envolvidos.
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