Tecnologias como drones, sensores e softwares avançados permitem manejo detalhado da lavoura, reduzem custos, aumentam a produtividade e tornam os alimentos mais acessíveis e sustentáveis
A agricultura brasileira vive um avanço silencioso, mas decisivo, com a rápida expansão da chamada agricultura de precisão. O método reúne práticas e tecnologias que permitem manejar a lavoura considerando as diferenças existentes dentro de cada área, tornando o uso dos recursos mais eficiente. A abordagem parte do princípio de que solo, fertilidade, umidade, ocorrência de pragas e até o potencial produtivo variam dentro da mesma fazenda, por vezes, em poucos metros.
“Cada talhão é único. Quando o produtor entende essas diferenças, consegue aplicar a quantidade certa de insumo, no lugar certo e no momento certo, evitando desperdícios e elevando o rendimento da área”, explica a agrônoma Suelem Gonçalves, coordenadora do curso de Agronomia da UNINASSAU Vilhena.
Entre as tecnologias mais utilizadas no campo brasileiro estão GPS acoplado a máquinas agrícolas, softwares de monitoramento, drones para mapeamento aéreo e sensores que avaliam umidade, nutrientes e temperatura do solo. As colheitadeiras também passaram a gerar mapas de produtividade, que mostram exatamente quanto cada parte da lavoura produziu. Todas essas informações são integradas em plataformas digitais, como FieldView, Aegro ou PIX4D, que transformam dados brutos em recomendações práticas de manejo.
Segundo Suelem Gonçalves, os benefícios são amplos. Para o produtor, há redução de custos com insumos, mais produtividade por hectare, menos retrabalho e operações mais rápidas e precisas. Para o consumidor urbano, o impacto também chega à mesa. “Alimentos mais baratos, maior estabilidade na oferta e produtos cultivados com menor uso de químicos e menor impacto ambiental. A agricultura de precisão é uma poderosa aliada da sustentabilidade, porque reduz perdas, diminui o uso excessivo de fertilizantes e defensivos e preserva o solo e a água“, reforça a coordenadora.
Além da eficiência produtiva, o modelo contribui diretamente para a preservação ambiental. A aplicação localizada de defensivos evita pulverizações desnecessárias; o uso racional de adubos diminui perdas por lixiviação; a correção equilibrada do solo melhora sua saúde; e máquinas mais precisas reduzem o consumo de combustível. O resultado é produzir mais conservando recursos naturais.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios para a adoção ampla da prática no país, como o custo inicial das tecnologias, a falta de capacitação técnica para interpretação de dados e a conectividade limitada no meio rural. A solução passa por ações conjuntas. Treinamentos mais acessíveis promovidos por universidades, órgãos de extensão rural e instituições como o Senar, além de cooperação entre produtores para compra compartilhada de equipamentos e o avanço da internet no campo.
A agrônoma destaca ainda que os princípios da agricultura de precisão podem ser usados até mesmo por quem não vive no campo. Em pequenas hortas domésticas, é possível observar diferenças de umidade, sombra e crescimento entre vasos, regar de forma localizada, usar adubo na dose correta e registrar o desenvolvimento das plantas. “Cada espaço tem necessidades diferentes. Quando entendemos isso e manejamos com base em observação e dados, já estamos aplicando agricultura de precisão, mesmo no quintal de casa”, finaliza Suelem.
Com tecnologia acessível, impacto sustentável e resultados concretos, a agricultura de precisão se consolida como uma das principais ferramentas para o futuro do agronegócio brasileiro e um elo cada vez mais forte entre o campo e a cidade. Para saber mais detalhes sobre o curso de Agronomia da UNINASSAU Vilhena, acesse o site: vestibular.uninassau.edu.br.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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