FecoAgro/RS aponta 2025 como um dos anos mais difíceis da agricultura gaúcha, com estiagem, endividamento e expectativa por safra melhor em 2026.
Para a FecoAgro/RS, 2025 entra para a lista dos anos mais difíceis da agricultura gaúcha, com estiagem, frustração de safra e endividamento crescente. Ainda assim, a entidade aposta em uma safra de verão melhor como alívio parcial em 2026.
Podemos detalhar o balanço de 2025 e as perspectivas para 2026 e te colocar em contato com a FecoAgro/RS para explicar os impactos no campo e os caminhos defendidos pelo sistema cooperativo.
FecoAgro/RS aponta 2025 como um dos anos mais difíceis para a agricultura gaúcha
Presidente Paulo Pires destaca efeitos da estiagem, baixa renda, dificuldade de acesso ao crédito e reforça expectativa por uma safra de verão melhor em 2026
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) apresentou seu balanço de 2025 e as perspectivas para 2026 no setor. Segundo o presidente da entidade, Paulo Pires, o ano foi marcado por estiagem, perdas em culturas como milho e soja, queda de renda no campo e dificuldades de acesso ao crédito oficial. A entidade também projeta que a próxima safra de verão pode representar um alívio parcial ao produtor, caso as condições climáticas se mantenham favoráveis.
No detalhamento, o dirigente observa que falar sobre agricultura no Estado “não está fácil” e que 2025 repetiu condições adversas recentes. Ele lembra que houve novamente problemas de estiagem, afetando culturas importantes. “A cultura do milho já no sequeiro apresentou não tanta quebra como nos outros anos, lá em 2023 e 2022, mas apresentou um pouco de quebra”, comenta. A soja também teve perdas expressivas em várias regiões do Rio Grande do Sul, o que agravou o quadro após a enchente de 2024.
O presidente da FecoAgro/RS destaca que a soma desses transtornos gerou, “infelizmente, mais uma frustração de safra”. Mas, para além dos efeitos climáticos, ele aponta que a principal preocupação é o endividamento crescente dos produtores e a ausência de medidas efetivas para acesso ao crédito. “Temos um endividamento acentuado do produtor no Rio Grande do Sul, e simplesmente até hoje não veio nada concreto. Tivemos a liberação de recursos de R$ 12 bilhões, mas o acesso é muito difícil e as condições também”, afirma.
Pires ressalta que a baixa renda foi um dos temas centrais de 2025. “Você mesmo colhendo, não tem resultado na sua lavoura. O custo de produção está muito alto e o preço dos produtos agrícolas está muito baixo”, explica. De acordo com ele, praticamente todas as cadeias enfrentam preços defasados, enquanto a taxa Selic em 15% torna proibitiva boa parte das atividades rurais.
Embora 2025 tenha sido “um ano bastante difícil”, o presidente da FecoAgro/RS diz manter alguma expectativa para o próximo ciclo. “Temos uma expectativa de que em 2026, apesar da previsão de El Niño mais primaveril, tenhamos uma boa safra de verão. O produtor gaúcho precisa de uma boa safra de verão”, destaca. Ele evita projeções sobre preços, por entender que são fruto de conjunturas que não dependem do setor nem de políticas públicas.

O dirigente também lembra que as dificuldades enfrentadas pelos produtores se refletem diretamente nas cooperativas. “Se o produtor não vai muito bem, a cooperativa normalmente também não vai”, afirma. Mesmo assim, Pires valoriza o esforço coletivo do sistema. “As cooperativas do Rio Grande do Sul estão se superando, tentando fazer a sua parte. A FecoAgro/RS está aproximando cooperativas com mais dificuldade do governo federal, em programas de recuperação”, comenta.
Apesar da atuação contínua do setor, ele observa que ainda há falta de vontade política para enfrentar questões estruturais. “Não existe uma boa vontade de uma política pública para resolver essas questões. Existe a insistência da FecoAgro/RS e das necessidades para nós avançarmos”, afirma.
Sobre o futuro, Pires diz que 2026 deve ser um ano justo, no sentido de apertado. “A perspectiva de 2026 para a agricultura brasileira, especialmente a gaúcha, é de muita preocupação”, conclui.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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