Sistema de ciclone se forma entre 8 e 9 de dezembro e deve provocar chuva forte, temporais e rajadas intensas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste
A segunda semana de dezembro começou com uma mudança brusca no cenário meteorológico do Brasil. A formação de um ciclone extratropical de forte intensidade, acompanhada de uma frente fria, colocou o Sul, parte do Sudeste e do Centro-Oeste em estado de atenção devido ao risco de temporais, ventania severa e chuvas volumosas. O fenômeno, que se forma entre 8 e 9 de dezembro, deve manter seus efeitos até o dia 11 de dezembro, segundo informações da Climatempo.
Trata-se de um sistema atmosférico grande e complexo, com capacidade de provocar rajadas entre 90 km/h e 120 km/h, especialmente em áreas do litoral e regiões serranas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A reportagem consultou o material técnico e mapas disponibilizados no documento, que indicam a trajetória, intensidade e impactos previstos do ciclone ao longo dos próximos dias.
Formação e deslocamento do ciclone
De acordo com o relatório, o ciclone começa a se organizar a partir da tarde e noite do dia 8, entre o sul do Paraguai, o nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul. Na madrugada de 9 de dezembro, o sistema já estará completamente estruturado, deslocando-se pelo território gaúcho de oeste para leste.
O mapa da página 2 mostra que, na noite do dia 9, o centro do ciclone estará na altura da Grande Porto Alegre. Já na madrugada de 10 de dezembro, alcançará o litoral do Rio Grande do Sul, movimentando-se lentamente em direção ao alto-mar. A partir do dia 11, o sistema continua se afastando, mas ainda com repercussões significativas sobre o tempo.
Um dos pontos centrais destacados pela Climatempo é que, embora provoque instabilidade e ventos fortes no Sudeste e no Centro-Oeste, o ciclone não avança sobre essas regiões — sua atuação direta se limita ao Sul, com reflexos associados à circulação atmosférica.
Por que este ciclone é considerado tão intenso?
A intensidade do fenômeno está ligada à queda acentuada da pressão atmosférica em seu centro, que deve atingir valores abaixo de 1000 hPa, como mostra o gráfico da página 4 do arquivo. Ciclones com esta característica são classificados como de forte intensidade, pois favorecem a formação de nuvens carregadas do tipo cumulonimbus, responsáveis por tempestades, raios, granizo e ventos destrutivos.
A Climatempo reforça ainda que a combinação de baixa pressão intensa com contrastes atmosféricos ao redor acelera o movimento do ar e amplia o potencial para rajadas severas, inclusive com risco isolado de tornados, microexplosões e macroexplosões — fenômenos típicos de sistemas muito ativos.
Estados mais afetados e riscos em cada região
Sul do Brasil
Entre 8 e 11 de dezembro, todos os estados da região — Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná — estarão sujeitos a chuva forte, ventos intensos e alta probabilidade de temporais.
- Grande Porto Alegre: risco elevado já na madrugada de 9 de dezembro, com ventania mais forte prevista para o dia 10.
- Florianópolis: instabilidade marcada nos dias 9 e 10, com destaque para ventos intensos.
- Curitiba: tempestades na terça-feira (9) e ventos persistentes e fortes na quarta-feira (10).
Essas informações constam na página 4 do relatório.
Sudeste
O Sudeste será impactado de forma indireta, mas significativa, especialmente pela circulação associada ao ciclone:
- São Paulo
- Centro-sul do Rio de Janeiro (incluindo Grande Rio e serrana)
- Centro-sul e sudoeste de Minas Gerais (Sul de Minas, Zona da Mata, Grande BH e Triângulo)
Nessas áreas, os efeitos começam ainda no dia 9, com o pico das rajadas previsto para o dia 10 de dezembro.
Centro-Oeste
O estado mais afetado será Mato Grosso do Sul, dada a proximidade do sistema. As primeiras rajadas moderadas acontecem no dia 8, com intensificação no dia 9.
Essas regiões não receberão o ciclone diretamente, mas estarão sob influência das bandas de instabilidade formadas pelo sistema.

Fenômeno recorrente, mas que exige atenção
Segundo o material técnico, frentes frias associadas a ciclones extratropicais são comuns na América do Sul, especialmente entre Argentina e Chile. No Brasil, entre 5 e 7 sistemas chegam por mês, mas a formação local — como ocorre agora entre Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai — é menos comum e costuma gerar impactos mais amplos e intensos.
O documento também lembra que outro ciclone semelhante ocorreu há cerca de um mês, entre 7 e 8 de novembro, reforçando o ritmo acelerado de variações atmosféricas neste final de primavera.
O que esperar nos próximos dias
A Climatempo orienta que produtores rurais, municípios e população em geral fiquem atentos às atualizações sobre:
- risco de alagamentos,
- quedas de árvores,
- interrupções de energia,
- granizo,
- tempestades localizadas,
- mudanças rápidas no tempo.
As rajadas acima de 100 km/h, previstas em várias áreas, tornam o evento especialmente perigoso para estruturas frágeis, operações no campo, navegação, logística e atividades ao ar livre.
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