
Brasil exportou 5,2 milhões de toneladas de frango em 2024; tecnologia reforça barreiras contra vírus na produção
Os casos registrados de influenza aviária ao longo de 2025 reacendem alerta sobre a biossegurança no setor pecuário. Em 2024, o país teve receita de US$ 9,9 bilhões ao exportar 5,2 milhões de toneladas de carne de frango, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Além dos impactos econômicos que uma reincidência das doenças pode causar, o controle desses vírus tem implicações diretas na saúde pública, uma vez que podem ser transmitidos aos seres humanos. A gripe aviária se transmite pelo contato direto entre animais infectados ou por superfícies contaminadas, sendo as aves migratórias importantes vetores.
Para sustentar o bom desempenho do setor e evitar contaminação, a cadeia produtiva opera sob múltiplas frentes de proteção:
Barreiras sanitárias nas propriedades
É preciso intensificar o controle de acesso de pessoas, veículos e equipamentos, com a adoção de barreiras sanitárias e procedimentos padronizados de desinfecção de calçados, roupas e materiais. Também é importante instalar vestiários e áreas de quarentena para uso obrigatório antes da entrada nas áreas produtivas. Além disso, é fundamental garantir que todos, incluindo visitantes, sigam protocolos rigorosos de higienização ao acessar as instalações.
Manejo adequado
A redução do estresse animal é uma das chaves para prevenir doenças. São adotadas práticas como controle de densidade populacional, ventilação adequada, limpeza constante das instalações e separação dos animais por faixas etárias. O manejo também prevê o descarte seguro de carcaças e resíduos orgânicos, seguindo normas sanitárias para evitar a proliferação de vetores.
Higienização no transporte animal
Entre os pontos mais sensíveis para a contenção de surtos está o transporte de animais. Caminhões que circulam entre propriedades, se não forem devidamente higienizados, podem propagar agentes infecciosos.
“A biossegurança não pode ser um gargalo logístico. Quando um caminhão fica parado 48 horas para descontaminação, isso impacta toda a cadeia produtiva – desde o bem-estar animal até a entrega do produto final. Tecnologias automatizadas ajudam a tornar esse controle mais ágil e eficiente”, comenta Vinicius Dias, CEO do Grupo Setta.
Para tornar esse processo mais eficiente, tecnologias automatizadas vêm sendo adotadas. Um exemplo é o TADD System (Thermo-assisted Drying and Decontamination), desenvolvido e patenteado pelo Grupo Setta, que realiza a descontaminação em 48 minutos usando ar aquecido, sem produtos químicos.
Monitoramento constante
A vigilância epidemiológica ativa inclui coleta regular de amostras, análises laboratoriais, acompanhamento veterinário e registro de indicadores de saúde. Sistemas com alerta automático permitem detectar alterações nos padrões comportamentais ou produtivos, possibilitando resposta rápida.
Vacinação estratégica
Quando autorizada, a vacinação é aplicada de forma estratégica, baseada em análises de risco epidemiológico. Os protocolos consideram a circulação viral regional, sazonalidade das doenças e as características de cada sistema produtivo, sempre com supervisão de médicos veterinários credenciados.
“Cada elo da cadeia precisa estar preparado para reagir com rapidez e precisão diante de qualquer ameaça. A biossegurança deixou de ser uma escolha e passou a ser uma condição para o futuro da produção animal”, conclui o executivo.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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