Alerta: La Niña deve trazer verão com chuvas volumosas e alta instabilidade

Relatório da NOAA confirma persistência do fenômeno até março, colocando o Sudeste e Centro-Oeste em rota de temporais contínuos

Quem esperava um verão de céu azul constante pode precisar rever os planos. Um novo relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) confirma que o fenômeno La Niña deve trazer verão marcado por instabilidade climática e altos volumes de chuva no Hemisfério Sul. A previsão, analisada pelo especialista em meteorologia Arthur Müller, aponta que o padrão de resfriamento das águas do Pacífico vai ditar o ritmo do tempo no Brasil até o início de 2026.

Ao contrário das expectativas de normalidade imediata, os dados mostram que o La Niña manterá sua influência durante os meses de férias, com uma transição para a neutralidade prevista apenas entre fevereiro e março. Para a população, isso significa uma estação menos seca do que o habitual em diversas regiões.

Sudeste e Centro-Oeste na rota das tempestades

O impacto mais direto dessa configuração climática será sentido nos grandes centros urbanos do Sudeste e Centro-Oeste. A projeção é de manutenção das chuvas, o que, embora alivie os reservatórios, acende o alerta para a infraestrutura das cidades.

Arthur Müller destaca que o excesso de precipitação entre dezembro e março exige atenção das defesas civis e da população. Em fevereiro e março, a continuidade das águas pode gerar transtornos, com solo encharcado e riscos geológicos. Embora o cenário favoreça setores da economia que dependem de água, ele impõe desafios logísticos e riscos de desastres naturais em áreas vulneráveis.

O perigo imediato: Fim de semana de chuvas torrenciais

Antes mesmo do verão se firmar, o cenário para os próximos dias já exige cautela máxima. Enquanto um ciclone extratropical se afasta pelo oceano — diminuindo a ventania no Sul —, uma nova frente fria avança pelo continente.

O sistema deve canalizar umidade para o centro-norte do país. O alerta vermelho é para o período entre esta sexta-feira e o fim de semana. A previsão indica que um “cavado” (área de baixa pressão) intensificará a instabilidade, gerando acumulados de chuva que podem ultrapassar 100 a 150 milímetros.

Estados como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul estão na rota principal. Com esse volume de água em curto espaço de tempo, o risco de alagamentos, transbordamento de córregos e transtornos no trânsito aumenta significativamente nas metrópoles.

Futuro: Calor extremo pode voltar em 2026?

O relatório da NOAA traz ainda um aviso de longo prazo que preocupa especialistas em clima e economia. Há sinais de um possível retorno do El Niño na primavera de 2026.

Se confirmado, o aquecimento das águas do Pacífico pode reverter drasticamente o quadro atual. Müller adverte que, somado ao aquecimento global dos oceanos, um novo El Niño poderia trazer de volta cenários extremos vivenciados recentemente, como secas históricas na Amazônia e ondas de calor com temperaturas acima de 44 °C, afetando a saúde pública e o consumo de energia.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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