Descubra alternativas ao Angus. Hereford, Senepol e Charolês garantem o mesmo resultado no gancho com eficiência. Veja a análise técnica
A pecuária mudou muito nas últimas três décadas. Saímos do modelo do “boi sanfona” para a precisão industrial. Nesse contexto, a eficiência define quem fica no mercado. O padrão criado pelo Angus e seus cruzamentos é forte, sem dúvida. Mas achar que só a raça britânica tem qualidade é um erro. Existem alternativas genéticas sólidas que entregam o mesmo resultado no gancho que os frigoríficos pedem.
O mercado, impulsionado pelo “Carne Angus” e pela IATF, criou a ideia de que carne boa e lucro vêm apenas de gado preto ou vermelho. Mas dados técnicos da Embrapa e da Unipampa mostram que a nossa diversidade oferece ferramentas para cada tipo de clima e solo. Aqui, vamos analisar cinco concorrentes que entregam desempenho igual ou melhor: Hereford, Senepol, Charolês, Bonsmara e Limousin.
A Ciência por trás do resultado no gancho
No frigorífico, a beleza da raça não entra na conta. O que define o pagamento é Rendimento de Carcaça (RC%), Gordura (EGS) e qualidade da carne.
A média do rebanho zebuíno sofre para passar dos 52% de rendimento, enquanto raças especializadas batem 54% a 60%. É essa diferença que define o lucro. O resultado no gancho depende do equilíbrio entre volume de músculo e gordura. O Angus tem marmoreio, mas as continentais têm mais carne limpa e as adaptadas aguentam o calor sem perder peso.
1. Hereford: A consistência britânica no resultado no gancho

O Hereford bate de frente com o Angus. Também de origem britânica, ele foi selecionado para converter bem em pastagens.
Pesquisas da Unipampa mostram que, na terminação, o Hereford pode render até um pouco mais de carcaça: 54,00% contra 53,60% do Angus. Na indústria, essa diferença vira toneladas de carne. A certificação da ABHB paga bem e prova que a raça entrega um resultado no gancho excelente, com a gordura certa (3-10mm) para o mercado exigente.
2. Senepol: Maciez e adaptação tropical

Se precisa manter a qualidade da carne no sol quente do Centro-Oeste, o Senepol resolve. Ele tem pelo zero e dissipa o calor, cobrindo a pasto onde o britânico não consegue.
E a carne? A Embrapa provou que não é dura. Testes de maciez mostraram que o cruzado Senepol x Nelore empata tecnicamente com o cruzado Angus. O Senepol traz choque de sangue e qualidade, garantindo um ótimo resultado no gancho gastando menos com manejo.
3. Charolês: Potência continental e peso elevado

O Charolês é focado em músculo. Enquanto raças britânicas acumulam gordura cedo, o Charolês cresce mais e permite o abate com peso muito maior (22 a 25 arrobas) sem excesso de gordura.
Com rendimento entre 55% e 65%, ele paga a conta da indústria. O animal de hoje não tem carne seca; tem certificação própria e premia carcaça jovem. É a escolha certa para quem busca peso final e resultado no gancho com volume.
4. Bonsmara: A engenharia zootécnica aplicada

O Bonsmara foi feito com ciência pelo Professor Jan Bonsma. Ele mistura resistência a carrapatos com carne de qualidade.
É conhecido como a “melhor carne entre os adaptados”. A seleção buscou fibras musculares macias, sendo uma opção segura para ter reprodutores funcionais a campo sem perder na mesa. O resultado no gancho do Bonsmara significa padronização, o que o varejo valoriza.
5. Limousin: O animal do açougueiro e o nicho “Lean & Tender”

Chamam de “animal de açougueiro” pelo aproveitamento na desossa. O Limousin tem fibras finas e densas, o que garante maciez mesmo com menos gordura.
Para quem busca carne magra e macia (saudável), é imbatível. Cruzamentos com a raça passam de 58% de rendimento, jogando pouca gordura fora na limpeza. É eficiência total no resultado no gancho para cortes embalados a vácuo.
Os dados confirmam: o mercado premium aceita mais que uma raça. O Angus é uma ótima ferramenta, mas o produtor deve escolher o que funciona na sua realidade. Seja o Senepol rústico, o Charolês pesado ou o Hereford consistente, existe lucro além das raças britânicas. O melhor resultado no gancho é aquele que combina a genética certa com o sistema de produção da sua fazenda.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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