
O agronegócio brasileiro tem mostrado sua resiliência e conseguiu aumentar o valor em dólar das suas vendas ao exterior.
O ano de 2025 teve um início turbulento, com mudanças impostas pelos Estados Unidos na estratégia de negociação comercial, principalmente por conta da imposição de tarifas de importação sobre todos os parceiros comerciais do país. Mesmo diante desse cenário, o agronegócio brasileiro tem mostrado sua resiliência e conseguiu aumentar o valor em dólar das suas vendas ao exterior.
De janeiro a abril, o faturamento com as exportações do setor atingiu US$ 52,8 bilhões, avanço de 1,6% frente ao primeiro quadrimestre de 2024, conforme mostram pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex).
Pesquisadores do Cepea indicam que esse cenário é resultado da alta de 5,3% dos preços médios em dólar de janeiro a abril, tendo em vista que o volume embarcado recuou 3,5% no período.
As carnes bovina, suína e de frango, a celulose e o algodão apresentaram os maiores crescimentos do volume vendido ao exterior, e o café e o suco de laranja registraram forte valorização. Segundo pesquisadores do Cepea, o bom desempenho das carnes brasileiras pode ser explicado pela aquecida demanda internacional – ressalta-se que as tarifas de importação impostas pelo governo dos Estados Unidos não impediram o crescimento da venda da carne brasileira ao país norte-americano. Já nos casos do café e do suco de laranja, a forte alta de preços esteve atrelada às baixas ofertas brasileira e mundial destas commodities.
A China se mantém como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, mas reduziu um pouco sua participação no valor total dos embarques. Por outro lado, a Europa, Estados Unidos, países do Oriente Médio e Sudeste Asiático aumentaram a participação no balanço de janeiro a abril de 2025.
Expectativas
As exportações brasileiras do agronegócio devem seguir avançando nos próximos meses, principalmente em volume, diante do novo recorde da safra nacional de grãos. Por outro lado, o imbróglio diante da política comercial norte-americana, da imposição de tarifas de importação, pode impactar esse cenário, devido à incerteza que gera no ambiente de negócios.
Ainda assim, podem ser verificadas oportunidades aos produtos do Brasil, que não terão tarifas adicionais para entrar em outros destinos, como a China, o que deve elevar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado asiático. Já nos Estados Unidos, o resultado de abril mostra que, mesmo diante de tarifas, as importações de carne bovina e suco de laranja do Brasil seguiram intensas. No entanto, um menor crescimento da economia mundial pode reduzir a demanda por commodities em geral e influenciar as vendas externas do agronegócio brasileiro.
Fonte: Cepea
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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