Após euforia com apetite chinês, preço do boi acomoda; e agora?

Diante de recentes habilitações concedidas pela China, o Brasil tem agora 65 abatedouros de bovinos aptos a exportar carne bovina ao país asiático. Entretanto, o quadro tende a se tornar ainda mais complicado ao longo do segundo trimestre no mercado do boi gordo.

Nesta quarta-feira (13), o mercado físico do boi gordo registrou preços enfraquecidos, de acordo com análises de consultorias especializadas. Após um período de euforia com novas habilitações, o mercado voltou à trajetória prevista, com pressão de oferta em diversos estados, mantendo as indústrias com escalas confortáveis.

Diante de recentes habilitações concedidas pela China, o Brasil tem agora 65 abatedouros de bovinos aptos a exportar carne bovina ao país asiático. Segundo pesquisadores do Cepea, isso evidencia que a China quer mais carne brasileira e, para atender, as empresas vão precisar de mais animais. Motivados pelo potencial aumento da demanda e por preços diferenciados, pecuaristas também tendem a ampliar seus rebanhos direcionados a este mercado.

O quadro tende a se tornar ainda mais complicado ao longo do segundo trimestre, considerando o habitual desgaste das pastagens e consequente perda da capacidade de retenção por parte do pecuarista, levando ao auge da safra do boi gordo”, diz o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Com a segunda quinzena de março/24 se aproximando, as vendas de carne bovina no varejo e as distribuições do atacado já começam a demonstrar uma desaceleração, informa a Agrifatto. “Embora a semana tenha iniciado sem grandes movimentações no mercado físico do boi gordo, as indústrias continuaram a exercer forte pressão baixista sobre os valores da arroba, apesar da resistência dos pecuaristas em liberar o gado pelo preço ofertado”, acrescenta a consultoria.

Pela apuração da Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, a boa oferta de boiadas e o baixo escoamento da carne bovina seguem pressionando os preços da arroba, mas, observam os analistas, os valores dos animais terminados estão estáveis. As escalas estão em média para 10 dias.

A arroba do boi gordo está sendo negociada em R$230,00, a da vaca gorda em R$205,00 e a da novilha em R$220,00, preços brutos e a prazo.

O “boi-China” – gado criado em território brasileiro com no máximo quatro dentes incisivos e menos de trinta meses de idade, ouse seja, dois anos e meio -, segundo a Scot, está cotado em R$ 235/@ no Estado de São Paulo, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.

No dia 13 de março de 2024, o Índice CEPEA/B3, um indicador crucial no mercado futuro do boi gordo, registrou uma leve queda, atingindo R$ 232,30 por arroba, apresentando uma variação diária de -0,36%. No mês, a variação acumulada foi de -1,32%. Essa oscilação, mesmo que mínima, evidencia a necessidade de uma análise constante do mercado pelos participantes da cadeia de suprimentos da carne bovina para ajustar estratégias conforme as flutuações do mercado.

Preço do boi gordo pelo Brasil

  • São Paulo, capital: R$ 230
  • Goiânia, Goiás: R$ 216
  • Uberaba (MG): R$ 220
  • Dourados (MS): R$ 219
  • Cuiabá: R$ 206
  • Campo Grande: R$ 215

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina mostraram-se mistos, com queda nos valores do traseiro e alta na ponta de agulha, conforme dados da Consultoria Safras & Mercado. O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,30 por quilo, representando uma queda de R$ 0,20, enquanto a ponta de agulha foi precificada a R$ 13,65 por quilo, registrando uma alta de R$ 0,35. Essas variações refletem a dinâmica do mercado atacadista, que continua a responder às demandas internas e externas, enquanto os agentes econômicos se adaptam às flutuações de oferta e demanda.

Exportações

No cenário das exportações, o Brasil mantém um ritmo robusto, com destaque para a habilitação de novos estabelecimentos para a exportação de proteína animal para a China e o reconhecimento das Filipinas da equivalência de sistemas de inspeção sanitária brasileiros, conforme informações da Agrifatto.

Esses desenvolvimentos são indicativos de um fortalecimento das relações comerciais internacionais do país no setor de carne bovina. Apesar do ritmo lento no mercado interno, com uma demanda externa aquecida, o Brasil continua a desempenhar um papel importante no cenário global da indústria de carne, impulsionando o setor pecuário nacional e contribuindo para a economia do país.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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