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Argentina: seca prejudica safra e produção de leite

O preço doméstico do leite continua aumentando em uma tentativa de incentivar os produtores, até 51,57 pesos (US$ 0,26) por quilo de sólidos do leite.

A Argentina continua sofrendo as consequências da seca, impactando as safras e a produção de leite do país, afetando os números das exportações e vendo a economia do país afundar ainda mais.

O país está enfrentando seca pelo terceiro ano consecutivo, a pior do país em 60 anos, e recebendo menos da metade da média de chuvas do país, com níveis de água no nível mais baixo em 35 anos.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) continua revisando para baixo suas expectativas sobre a produção de grãos da Argentina em meio à seca. A produção de trigo está chegando perto de cair pela metade em comparação com o ano anterior, com estimativas de produção em fevereiro de apenas 12,50 milhões de toneladas, em comparação com 22,15 milhões de toneladas do ano passado. 

O milho, que deveria superar o desempenho do ano passado no início da temporada com mais hectares semeados, foi revisado para 47 milhões de toneladas, 2,5 milhões de toneladas abaixo da produção do ano anterior e 5 milhões de toneladas das previsões iniciais. Como o milho, esperava-se inicialmente que a soja superasse a temporada anterior, no entanto, a seca reduziu as estimativas de 4,5 milhões de toneladas para 41 milhões de toneladas, 2,90 milhões de toneladas abaixo da produção da temporada passada.

Espera-se que a perda da safra tenha um impacto de US$ 15 bilhões na economia do país, com o JP Morgan revisando sua previsão do PIB da Argentina em 2023 para um declínio de 1,7% com relação ao ano anterior, de um declínio previsto de 0,5% no final do ano passado.

Como esperado, com a redução da alimentação suplementar e o estresse tanto dos animais quanto dos trabalhadores, a produção de leite da Argentina continua em queda. A produção de janeiro caiu 7,3% em relação a dezembro, com o processamento de dezembro diminuindo 2,3% em relação ao ano anterior. 

O preço doméstico do leite continua aumentando em uma tentativa de incentivar os produtores, até 51,57 pesos (US$ 0,26) por quilo de sólidos do leite. Porém, com a inflação e a tendência de queda do peso argentino, quando convertido para dólar americano, o preço do leite permanece estagnado em relação ao mês anterior em US$ 5,17 por quilo de sólidos do leite.

Também é de se esperar que a queda da produção se reflita nas exportações. Os volumes totais de exportação de lácteos da Argentina caíram 21% em janeiro, com um declínio de 17% nos valores totais de exportação de lácteos.

Leite em pó integral (WMP), leite em pó desnatado (SMP), manteiga e soro de leite registraram quedas de 34%, 9%, 39% e 5% em relação ao ano anterior, respectivamente.

Por outro lado, gorduras lácteas anidras e queijos registraram aumentos; embora com volumes baixos, alta de 47% e 8% com relação ao ano anterior. Ambas as commodities foram impulsionadas pelo aumento das compras do Brasil.

Olhando para o futuro, há pouca esperança para o fim da seca. À medida que avançamos no outono e no inverno, a nação espera que as condições de seca continuem, com menos chuva nos meses frios do que nos meses quentes historicamente. 

Enquanto a produção de leite e de grãos luta, é provável que mais produtos sejam cultivados, à medida que os fornecedores de alimentos tentam mitigar os riscos de escassez de alimentos em todo o país. Além disso, os vizinhos Chile e Uruguai, que também produzem leite e grãos, também estão sofrendo uma seca e, historicamente, recorreriam a seus vizinhos em busca de produtos. 

O que isso significa para o mercado mais amplo é que podemos esperar menos dessas commodities disponíveis para compra e, à medida que o hemisfério sul caminha para os meses de inverno, essa não é a notícia que o mercado busca.

Enquanto isso, na América do Norte, a produção de leite dos EUA aumentou levemente.

Os números da produção de leite em janeiro destacam um aumento de 1% na produção de leite de dezembro em todo o país, para 8,57 bilhões de quilos. Esse número foi impulsionado tanto pela produção por vaca quanto pelo número de vacas na fazenda. A produção por vaca aumentou quatro quilos com relação ao ano anterior, para 913,5 quilos em dezembro, enquanto o número de vacas leiteiras na fazenda aumentou 27.000 com relação ao ano anterior, para 9,4 milhões de cabeças, embora 8.000 a menos que em novembro.

Apesar da seca e das inundações subsequentes na Califórnia, o maior estado produtor de leite conseguiu aumentar a produção de leite em 0,3%, com um aumento de 5.000 vacas leiteiras em toda a região. Outros aumentos notáveis vieram da Geórgia, Iowa e Texas, com alta de 6%, 8,9% e 3,3%, respectivamente. Esses aumentos também foram atribuídos ao aumento do número de vacas leiteiras, com o Texas experimentando uma redução no leite por vaca.

O USDA, no entanto, anunciou a previsão de queda de preços do leite em 2023, de quase 15% ao longo do ano, com lucros devendo cair em cerca de 18% no mesmo período. Existe o risco de que isso afete a produção de 2023, com os números de abate de vacas leiteiras dos EUA já mostrando que os fatores estão mudando.

Fonte: Fermers Weekly

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