Mercado do boi gordo inicia semana com preços firmes em praticamente todas as praças brasileiras; exportações brasileiras de carne bovina seguem em ritmo forte puxado pela China
O mercado físico do boi gordo encerrou a segunda-feira com variações positivas na maioria das praças pecuárias monitoradas. Em Minas Gerais, a arroba avançou 0,72% frente ao dia anterior, cotada em média a R$ 304,17. Na B3 [mercado futuro], o contrato com vencimento em dez/25 também valorizou, com alta de 0,38% no comparativo diário, negociado a R$ 330,65/@.
O mercado físico segue firme, apoiado na oferta ajustada e escalas curtas, em torno de 7 dias úteis. A média do indicador DATAGRO dos últimos cinco dias ficou em R$ 311,26/@, e o histórico entre novembro e outubro aponta tendência de valorização. O cenário indica firmeza moderada e sustentação dos preços no curto prazo.
Confira uma análise da Scot Consultoria das últimas semanas
O mercado do boi gordo encerrou a quarta semana de outubro com preços firmes em São Paulo, impulsionado pela oferta restrita e pelo bom ritmo das exportações, segundo levantamento da Scot Consultoria. Apesar da desaceleração no consumo interno em relação à primeira quinzena, o escoamento de carne segue satisfatório e acima do registrado em setembro.
Entre segunda e quinta-feira, o boi gordo e o “boi China” registraram alta de R$4,00/@, enquanto a novilha subiu R$1,00/@. Nesta sexta-feira (25), a vaca teve valorização adicional de R$2,00/@, sem mudanças para as demais categorias.
As cotações médias no estado ficaram em R$311,00/@ para o boi gordo, R$287,00/@ para a vaca e R$301,00/@ para a novilha. O “boi China” foi negociado a R$316,00/@, com ágio de R$5,00/@. As escalas de abate estão em torno de oito dias.
Analistas apontam que a dificuldade em encontrar animais prontos para o abate e a retomada das chuvas — que favorece a retenção de gado e o início da estação de monta — sustentam o cenário de preços firmes no curto prazo.
Goiás
No estado, a menor oferta de boiadas elevou as cotações, embora o ritmo de vendas de carne tenha diminuído, equilibrando a relação entre oferta e demanda.
Em Goiânia, o boi gordo é negociado a R$300,00/@, a vaca a R$280,00/@ e a novilha a R$287,00/@, com escalas médias de 11 dias. Na região Sul, a vaca subiu R$3,00/@ e a novilha R$2,00/@, enquanto o boi gordo permaneceu estável em R$297,00/@.
O “boi China” mantém cotação de R$302,00/@, com ágio de R$2,00/@ em Goiânia e de R$5,00/@ no Sul. Todos os valores são brutos e com prazo.

Exportações brasileiras de carne bovina
As exportações brasileiras de carne bovina atingiram 352 mil toneladas em setembro de 2025, o maior volume mensal da série histórica iniciada em 1997. O resultado representa alta de 31,1% em relação a setembro de 2024 e de 17,6% frente a agosto deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). A receita somou US$ 1,9 bilhão, crescimento de 18,4% em um ano.
A China manteve a posição de principal destino, com 190,5 mil toneladas embarcadas (US$ 1,06 bilhão), o equivalente a mais da metade das exportações. Em seguida vieram União Europeia (15,4 mil t; US$ 132,7 milhões), México (13,2 mil t; US$ 73,4 milhões), Estados Unidos (9,9 mil t; US$ 72,3 milhões) e Filipinas (12,7 mil t; US$ 58,7 milhões).
A carne in natura representou 89,4% do total exportado, com 314 mil toneladas. Os demais embarques incluíram miúdos (5,9%), produtos industrializados (2,6%), gordura (1,2%), tripas (0,9%) e carnes salgadas (0,02%).
De janeiro a setembro, o Brasil exportou 2,44 milhões de toneladas, aumento de 16% sobre o mesmo período de 2024, com US$ 12,4 bilhões em receita — alta de 35,4%. O desempenho consolida o país como líder global nas exportações de carne bovina.
No acumulado do ano, a China respondeu por 47% do volume e 49% do valor total exportado (1,15 milhão t; US$ 6,06 bilhões). Em seguida, aparecem Estados Unidos (218,9 mil t; US$ 1,3 bilhão), México (94,1 mil t; US$ 513,1 milhões), Chile (91,7 mil t; US$ 497,8 milhões) e Rússia (85 mil t; US$ 364,9 milhões).
Impacto das tarifas dos EUA
Mesmo após as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos em agosto, que reduziram os embarques para 9,9 mil toneladas em setembro, o Brasil manteve crescimento no total exportado. No acumulado do ano, as vendas aos EUA aumentaram 64,6% em volume e 53,8% em valor frente a 2024, somando 95% do total exportado em todo o ano passado.
Outros mercados apresentaram forte expansão: México (+213%), União Europeia (+109%), Rússia (+50%) e Chile (+25%), refletindo a diversificação de destinos e a competitividade do produto brasileiro.
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