
Investimento da Fortescue no maior projeto de hidrogênio verde do Brasil, transforma o Complexo do Pecém em polo estratégico para produção sustentável e gera 5 mil empregos.
A multinacional australiana Fortescue deu um passo significativo no cenário energético brasileiro ao iniciar o maior projeto de hidrogênio verde (H2V) do país, com um investimento estimado em R$ 20 bilhões. Este projeto, que conta com o apoio do governo federal e estadual, visa transformar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza (CE), em um dos principais polos de produção de H2V do Brasil e da América Latina.
Estrutura do Projeto e Investimentos
A primeira fase do projeto já está em andamento, com a preparação do terreno prevista para começar ainda este ano. A Fortescue está atualmente realizando estudos de impacto ambiental e engenharia para avaliar a viabilidade da obra. A decisão final de investimento, prevista para 2025, permitirá que a construção avance plenamente, gerando até 5 mil empregos no pico das atividades, distribuídos entre construção civil e setores complementares.
Com uma capacidade de produção planejada de 1,2 gigawatts (GW) anuais, o projeto poderá, em uma segunda fase, chegar a 2,1 GW, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao internacional. Para fins comparativos, a usina de Itaipu, uma das maiores do mundo, possui uma capacidade de 14 GW, o que demonstra o potencial significativo da planta no Pecém em termos de produção sustentável.
A Fortescue e sua Jornada Rumo à Sustentabilidade
Fundada como mineradora em 2003, a Fortescue passou por uma transformação estratégica, ampliando seu foco para investimentos em energias renováveis. Em 2023, a empresa mudou seu nome de Fortescue Metals Group para Fortescue, simbolizando seu compromisso com a descarbonização e a sustentabilidade. No Brasil, o projeto no Pecém é um dos prioritários, conforme destacou Luis Viga, country manager da Fortescue. A empresa também possui planos de H2V em outros países, incluindo EUA, Austrália, Marrocos e Omã, reforçando seu papel no avanço de tecnologias limpas e sustentáveis.
“O Brasil foi escolhido como um dos projetos prioritários pela empresa no mundo. Nossa planta de hidrogênio verde será um marco para a neoindustrialização do país,” declarou Viga.
Hidrogênio Verde: O Combustível do Futuro
O hidrogênio verde se destaca como uma alternativa sustentável na matriz energética global. Embora seja o elemento mais abundante na natureza, o hidrogênio raramente ocorre em sua forma pura e deve ser extraído por um processo chamado hidrólise, que utiliza grandes quantidades de energia. Para ser considerado “verde”, a produção deve empregar fontes de energia renováveis e práticas de transporte sem combustíveis fósseis.
A versatilidade do H2V é um dos fatores que impulsionam sua demanda, sendo utilizado tanto na indústria pesada para fornos e aquecedores quanto no setor de combustíveis para foguetes e veículos movidos a hidrogênio. No Brasil, seu uso atual se concentra no refino de petróleo e na produção de fertilizantes, e a expansão do H2V pode proporcionar alternativas mais limpas para diversos setores industriais.

A Importância do Pecém para o Projeto
A escolha do Complexo Industrial e Portuário do Pecém não é por acaso. A localização é estratégica, posicionando o Ceará como um hub para a exportação de hidrogênio verde para mercados na Europa e Estados Unidos. Além disso, o Pecém possui uma infraestrutura robusta, resultado da parceria entre o governo estadual e o Porto de Rotterdam, na Holanda.
Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que o Ceará lidera os investimentos em hidrogênio verde no Brasil, com 41% dos R$ 188,7 bilhões destinados a projetos do setor concentrados na região. A Fortescue, que arrendou 100 hectares no Pecém, aposta que o projeto também poderá atender ao mercado doméstico no futuro, fornecendo insumos para setores como fertilizantes, aço e cimento.
Potencial de Transformação para o Brasil
Com o investimento robusto da Fortescue, o Brasil se aproxima de se tornar um dos grandes protagonistas globais na produção de hidrogênio verde, reforçando o compromisso com a descarbonização e a sustentabilidade. Além do impacto ambiental positivo, o projeto representa um salto para a neoindustrialização do país, colocando o Brasil no radar das economias verdes e sustentáveis do mundo.
Esse projeto não é apenas um avanço tecnológico, mas também um símbolo do compromisso da Fortescue com um futuro mais limpo e sustentável, beneficiando tanto a economia nacional quanto a preservação ambiental global.
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