
Em Minas Gerais, principal estado produtor, a valorização foi ainda maior, chegando a 29%. Já em Goiás, a alta foi de 18%.
Os preços do leite iniciaram 2025 em alta. No primeiro trimestre do ano, a média Brasil apurada pelo Cepea foi de R$ 2,75 por litro, valor 23% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Em Minas Gerais, principal estado produtor, a valorização foi ainda maior, chegando a 29%. Já em Goiás, a alta foi de 18%, a menor entre as principais bacias leiteiras.
A elevação de preços tem em relação à típica queda de produção nos primeiros meses do ano, que se estende até maio ou junho, e com a forte concorrência entre os laticínios pela matéria-prima. Por outro lado, o volume elevado de importação vem limitando movimentos de alta mais intensos. Dados da Embrapa Gado de Leite mostram que o Brasil importou 750 milhões de litros em equivalente leite entre janeiro e abril de 2025 — mesmo patamar do ano anterior, mas ainda elevado. Em 2024, o total importado foi de 2,28 bilhões de litros, o que corresponde a 9% da produção nacional operacionalda.
“Estamos em um bom momento para o produtor e para a indústria. A expectativa para o segundo semestre é de aumento da arroba e valorização sazonal da oferta de leite. Os custos de alimentação seguidos, com milho em acomodação, tarifa de soja competitiva e silagens de boa qualidade, além de chuvas dentro da média em grande parte das regiões. Dependendo da dimensão do aumento da produção, os preços do leite podem sofrer alguma pressão”, afirma Cesar de Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA.
Em meados de 2024, antes da alta no preço do boi gordo, a produção leiteira estava ainda mais atrativa, com a relação leite/arroba girando em torno de 70 litros por arroba em Minas Gerais. Esse cenário incentivava a manutenção de matrizes. Já no fim do ano, com a valorização da arroba, essa relação subiu para 110 litros em dezembro, voltando a 94 litros em março deste ano — ainda abaixo da média dos últimos anos, que é de 105 litros/@.
“Ainda que o preço do leite se ajuste, o produtor deve manter margem positiva, especialmente os mais tecnificados, que seguem ampliando a produção. Para os laticínios, a perspectiva de oferta consistente não deve pressionar margens, mas é necessária atenção ao cenário econômico, com expectativa de menor crescimento e inflação mais alta ao longo do ano”, conclui Alves.
Fonte: Itaú BBA
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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