Tecnologia australiana da Agscent promete revolucionar o diagnóstico de prenhez e doenças no rebanho de forma rápida, segura e sem necessidade de exames invasivos.
Imagine realizar um teste de gravidez em vacas em apenas 10 segundos, de forma rápida, precisa e sem a necessidade de métodos invasivos. Essa realidade está mais próxima do que nunca com a chegada do dispositivo desenvolvido pela Agscent, empresa de biotecnologia e agrotecnologia criada em uma fazenda na região de Nova Gales do Sul (NSW), na Austrália. Conhecido como “nariz eletrônico”, o aparelho custará cerca de US$ 10 mil e promete ser um divisor de águas no manejo reprodutivo da pecuária.
O equipamento utiliza um método inovador de coleta e análise do hálito bovino, capaz de identificar compostos orgânicos voláteis (COVs) presentes na respiração das vacas. Esses biomarcadores permitem distinguir vacas prenhes (gestantes) das não prenhes (secas) a partir do 16º dia após a inseminação, um período extremamente precoce em comparação com os testes tradicionais.
O procedimento é simples: o dispositivo é colocado na narina da vaca por 15 segundos para capturar o ar expirado. A análise, realizada por nanossensores patenteados, fornece o diagnóstico quase instantâneo, eliminando a necessidade de exames retal ou ultrassonográficos.
Além da rapidez e precisão, a tecnologia representa uma mudança significativa em termos de bem-estar animal e segurança do trabalhador rural. Com ela, não há riscos de lesões no ombro ou coices durante o teste retal, tornando o processo mais seguro tanto para humanos quanto para os animais.

Outro ponto relevante é a autonomia que o dispositivo oferece aos produtores. A análise pode ser feita diretamente na fazenda, sem a necessidade de contratar um veterinário para os procedimentos convencionais. Isso reduz custos e amplia a eficiência no manejo do rebanho.
A Agscent não pretende parar por aí. A empresa já investe em pesquisas para ampliar o uso da tecnologia em suínos e ovinos, além de explorar a detecção de doenças como a doença respiratória bovina. O potencial de adaptação é tão grande que a mesma técnica pode identificar marcadores de doenças e até estimar a presença de metano, o que abre caminho para aplicações ambientais ligadas à emissão de gases de efeito estufa.

O “nariz eletrônico” da Agscent nasceu a partir de uma tecnologia desenvolvida pela NASA para detectar produtos químicos nocivos na Estação Espacial Internacional. Mais tarde, essa inovação foi adaptada para medir o hálito humano na detecção de doenças, como a COVID-19. Hoje, a versão agrícola está permitindo aos criadores identificar a prenhez bovina a partir de 18 dias da inseminação, algo considerado revolucionário no setor.
Produtores australianos que já testaram o dispositivo descrevem a novidade como uma “mudança radical” para a indústria pecuária. A possibilidade de tomar decisões rápidas e embasadas — como manter ou vender determinada vaca — tende a impactar diretamente a rentabilidade, a produtividade e a sustentabilidade da atividade.
Com um custo inicial de US$ 10 mil, o investimento pode parecer elevado, mas especialistas afirmam que o retorno virá na forma de redução de perdas, otimização do rebanho e maior eficiência nos programas de reprodução.
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