Balança comercial atinge US$ 89,5 bi de superávit no ano e bate recorde

A China foi responsável por 52,3% do superávit da balança comercial do Brasil no acumulado do ano de 2023.

O superávit da balança comercial de novembro foi de US$ 8,8 bilhões, o que leva a um saldo de US$ 89,5 bilhões no acumulado do ano, puxado pela agropecuária e a indústria extrativista, informou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira (21), pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Independentemente do resultado de dezembro, já é o maior superávit na série histórica anual da balança comercial.

A variação mensal do volume exportado foi de 4,7% e a das importações ficou negativa, com recuo de 3,2%. No acumulado do ano, o volume avançou 8,7% e as importações recuaram 2,4%.

China foi responsável por 52,3% do superávit da balança comercial do Brasil no acumulado do ano. As vendas para o gigante asiático avançaram 30,1% em novembro ante o mesmo mês de 2022 e 29,3% de janeiro a novembro ante igual período do ano passado.

Os Estados Unidos contribuíram com a redução do déficit de US$ 13,6 bilhões para US$ 1,6 bilhões. No acumulado do ano, os embarques cresceram 6,4% ante igual período de 2022 e, no mês, o avanço foi de 27,5% novembro de 2022. A Argentina contribuiu com o aumento do superávit de US$ 2,3 bilhões para US$ 4,8 bilhões, com avanço de 9,4% no acumulado ante o período de janeiro a novembro de 2022. Na comparação de novembro deste ano com o do ano passado, as vendas brasileiras caíram 18,3%. Para todos os outros mercados selecionados, houve redução de superávit.

Nas importações, o relatório chama a atenção para a queda do volume importado dos Estados Unidos, de 21,1% na comparação do acumulado do ano. Na mesma comparação, as compras da China ficaram estáveis, enquanto as da Argentina recuaram 6,7% e as da União Européia, 2,9%. Já as compras de países asiáticos excluindo a China tiveram avanço em novembro ante o mesmo mês do ano passado, de 15,6%, e de 9,5% no acumulado.

O volume exportado da agropecuária – com aumento de 25% na comparação interanual no acumulado até novembro – e o crescimento em volume das vendas externas da indústria extrativa (18,8%) contribuíram para o superávit recorde. No mês de novembro, a indústria agropecuária liderou o volume exportado, com variação de 51,9% em relação a igual período de 2022. A indústria extrativa elevou o volume exportado em 5,2% e o da transformação recuou em 6,1%.

O aumento das exportações é resultado do desempenho das commodities de maneira geral. Em volume, as vendas externas de commodities aumentaram 21,2% na comparação interanual de novembro e recuaram em 5,8% para as exportações de não commodities. No acumulado do ano, ante igual período de 2022, a variação do volume exportado das commodities foi de 13,5% e das não commodities, uma queda de 1,7%. Os preços das commodities caem no acumulado do ano em 9,5% e das não commodities aumentam 0,5%.

A variação das exportações em volume do complexo soja foi de 60,4% em novembro contra o mesmo mês do ano passado. Se considerada apenas a soja, o aumento da quantidade foi de 105,8%. Por sua vez, o grupo de petróleo e derivados recuou 13,9% no mês de novembro. Mas, no acumulado do ano, as exportações de petróleo e derivados (22,5%), seguidas pelas do complexo soja (21,8%), lideram o aumento de quantidade embarcada. Todos os outros grupos registraram variação positiva, exceto carnes, com queda de 3,1%.

Os preços caem para todas as commodities, exceto para o grupo de outros agrícolas. A variação interanual dos preços foi negativa ao longo do ano, exceto em janeiro e fevereiro para as exportações. Para as importações, as exceções foram janeiro e março. Na comparação interanual do mês de novembro, os preços exportados recuaram 4,2% e os importados, 8,3%. No acumulado do ano, a queda de preços das exportações foi de 7% e a das importações, de 9,5%. Os preços caem para todos os setores.

Com o recuo nos preços, a variação em valor das exportações foi avanço de apenas 1% no acumulado do ano. No caso das importações, o recuo em valor foi de 11,8%, explicado pela queda de preços e de volume.

Fonte: Estadão Conteúdo

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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