Bezerro bate recorde de preço a R$ 2.959,95/cab, ciclo de valorização está só no começo

Reposição em alta – especialmente o bezerro, abate de fêmeas recorde e exportações aquecidas criam cenário único para o recriador. Mas será que ainda é hora de investir? Mercado sinaliza que o ciclo de valorização está só no começo

O preço do bezerro está mais perto de R$ 3 mil por cabeça e, mesmo assim, analistas apontam que o momento ainda é favorável para quem pensa em recompor o rebanho. Com abate recorde de fêmeas, exportações em alta e uma relação de troca ainda atrativa frente ao boi gordo, o mercado sinaliza que o ciclo de valorização está só no começo.

Na parcial de junho, o bezerro CEPEA (referência Mato Grosso do Sul) chegou a R$ 2.959,95 por cabeça no dia 10, a maior cotação diária do ano até agora. A recuperação vem após pressões observadas em maio e marca o quinto mês consecutivo de valorização da categoria de reposição.

Reposição aquecida e relação de troca ainda favorável

Apesar da valorização, a relação de troca entre boi gordo e bezerro segue vantajosa para o produtor. Segundo Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, em junho a relação está em 8,5 arrobas de boi gordo por bezerro desmamado em São Paulo, uma leve melhora frente a maio.

“Mesmo abaixo dos melhores patamares de 2023/24, a troca atual está melhor do que no ápice da alta, quando chegava a exigir de 9 a 10 arrobas por cabeça”, explica Fabbri.

Essa janela de oportunidade ganha ainda mais relevância diante da perspectiva de queda na oferta futura de bezerros, resultado direto do abate intenso de vacas.

preço do bezerro

Abate de fêmeas bate recorde e preocupa futuro da oferta e do preço do bezerro

Segundo dados do IBGE, 49% dos bovinos abatidos no primeiro trimestre de 2025 eram fêmeas, o maior índice histórico para o período. Esse movimento tende a limitar a produção de bezerros nos próximos anos, o que pode sustentar ou até impulsionar ainda mais os preços da reposição.

Oferta restrita de boi magro e escalas curtas favorecem o produtor

O CEPEA aponta que, mesmo com a liquidez crescente no mercado de reposição, a oferta de boi magro continua escassa, restringindo negócios e sustentando os preços elevados. Ao mesmo tempo, os frigoríficos operam com escalas de abate curtas, de 4 a 10 dias úteis, o que tem levado muitos a reajustar os valores pagos pelos novos lotes.

Exportações recordes impulsionam mercado interno

Além do consumo doméstico firme, as exportações também dão sustentação ao mercado. De acordo com a Secex, o Brasil arrecadou R$ 5,8 bilhões com exportações de carne bovina entre janeiro e maio de 2025, alta de 22% em relação ao mesmo período de 2024.

A exportação de bovinos vivos também surpreendeu, somando US$ 104,82 milhões em maio — mais que o dobro do registrado no mesmo mês do ano passado, segundo o Farmnews.

Ciclo de alta só está começando, dizem analistas

Mesmo com a forte valorização recente, o preço corrigido do bezerro segue abaixo do pico histórico de 2021, o que reforça a ideia de que o atual ciclo de alta ainda está em fase inicial.

Análises históricas mostram que cada novo ciclo costuma superar o anterior, e o cenário atual — com demanda externa aquecida, oferta futura limitada e consumo interno estável — sugere uma trajetória otimista para os próximos meses.

Vale a pena comprar agora?

Para o pecuarista que pensa no médio prazo, o momento pode ser uma rara oportunidade de reposição antes que os preços disparem. A relação de troca ainda atrativa, somada à tendência de menor oferta de bezerros e escalas curtas de abate, criam um ambiente propício para antecipar a recomposição do plantel.

Você vai esperar mais ou garantir seu bezerro agora, enquanto a relação ainda favorece o produtor?

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