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Boi americano engorda o dobro do que o boi brasileiro

A produtividade é a chave do sistema de produção da pecuária dos Estado Unidos. No entanto, a produção brasileira tem evoluído, o crescimento foi de 45% nos últimos 20 anos.

Os Estados Unidos é um país desenvolvido, além disso, ocupa atualmente a condição de maior produtor de alimentos do mundo. A produtividade é a chave do sistema de produção da pecuária dos Estado Unidos. O Brasil avança como grande protagonista na produção de alimentos e, no que diz respeito a pecuária de corte, o país já ocupa o posto de maior exportador de carne bovina do mundo. Mas ainda temos muito a melhorar e crescer!

O boi americano engorda o dobro do que o boi brasileiro, fato esse que foi confirmado pela Trouw Nutrition. Mas, ainda segundo o mestre em zootecnia Henrique Conti, gerente técnico da Trouw Nutrition, a pecuária brasileira está no caminho certo para diminuir essa diferença.

A equipe técnica da Bellman|Trouw Nutrition foi aos Estados Unidos visitar oito confinamentos – mais de 500 mil cabeças de gado – no Texas, Oklahoma, Kansas e Colorado. O objetivo principal foi colher informações práticas e conhecimento sobre o sistema, que podem ser aplicados na realidade na pecuária brasileira, contribuindo para a melhoria dos resultados zootécnicos.

“Visitamos principalmente grandes unidades de confinamento. Rodamos quase três mil quilômetros durante uma semana. Foi uma semana muito apertada, mas de muito conhecimento para todo mundo”, diz Conti.

Com metade do rebanho brasileiro, os EUA são líderes mundiais de produção, com 12 milhões de toneladas de carne bovina por ano – enquanto que, no Brasil, produzimos aproximadamente 9 milhões de toneladas. No entanto, a produção brasileira tem evoluído, o crescimento foi de 45% nos últimos 20 anos.

Comparação entre confinamentos de bovinos no Brasil e nos Estados Unidos

Os oito confinamentos respondem por um abate médio anual de cerca de meio milhão de bovinos. Diferente do que é visto no Brasil, o confinamento já é um sistema muito consolidado, com muito planejamento e estudo para a engorda de bovinos. “No Brasil o confinamento é tratado como uma ferramenta para auxiliar o processo de produção a pasto. O foco é a produção a pasto então o boi passa toda a recria a pasto e vai no final no confinamento”, diz Conti.

No confinamento brasileiro o bovino engorda de seis a oito arrobas num período de 90 a 120 dias, no máximo, segundo o especialista. Já nos Estados Unidos, o confinamento chega a 180 dias e com uma engorda de 15 arrobas.

Detalhe de bovinos de corte em confinamentos nos Estados Unidos. Foto: Divulgação
Detalhe de bovinos de corte em confinamentos nos Estados Unidos. Foto: Divulgação

“A pecuária norte-americana trabalha com uma alta taxa de desfrute, resultado de um ciclo de produção curto feito quase que todo em confinamento. Os números de produtividade impressionam. Com 46,8% do nosso rebanho eles produzem 30% a mais de carne, com uma taxa de desfrute de 39%, enquanto no Brasil ela gira em torno de 20%. A pecuária de cria possui aproximadamente 30,4 milhões de vacas. Rebanho menor quando comparado ao Brasil (70 milhões de vacas), mas onde as fêmeas entram em reprodução aos 10-12 meses de idade”, destaca Alexandre Miszura, consultor técnico de Goiás da Bellman|Trouw Nutrition.

Evolução da pecuária brasileira perante a americana

Mesmo com menos da metade do rebanho bovino brasileiro, o país norte-americano é líder mundial na produção de carne vermelha, produzindo 12 milhões de toneladas todos os anos. A boa notícia é que a nossa produção tem evoluído, o crescimento foi de 45% nos últimos 20 anos, enquanto que a produção norte americana segue estável, o que mostra o potencial da nossa pecuária.

“No Brasil, a gente tem um tema muito favorável para a pecuária. Os Estados Unidos têm restrição de áreas e de chuva, por isso temos vantagens e estamos no processo de profissionalização da pecuária muito grande. Acho que estamos no caminho certo. É questão de tempo para a gente chegar nos níveis encontrados nos Estados Unidos”, diz Conti.

Confinamento e Boitel VFL BRASIL. Foto: Marcella Pereira

A pecuária intensiva norte-americana tem longa história de investimentos em práticas voltadas para a produtividade, o que se reflete no alto nível do sistema atualmente. Faz parte dessa trajetória o investimento em infraestrutura, automação, operação e, claro, a padronização genética dos animais.

Apesar de não estar sendo lucrativo confinar, eles vêm expectativa de melhoria – e para aqueles produtores que são mais eficientes, o retorno econômico ainda é positivo. É aqui que entra nosso otimismo em colocar a mão na massa: no Brasil, mesmo com os preços, nós vivemos uma realidade diferente e ainda temos uma pecuária de confinamento que dá bom retorno econômico para os produtores e tem ótimas perspectivas de crescimento.

Na região visitada, a cria é feita de forma extensiva em pastagens nativas sem adubação e manejo, assim como em outras regiões do país– o que pode representar um gargalo para o crescimento da pecuária norte-americana no futuro. As lotações aqui no Brasil são muito mais altas do que eles têm lá, mostrando mais uma vez que o potencial da produção brasileira é grande.

O gerente de produtos Ruminantes da Trouw Nutrition, João Benatti, reforça que as visitas são ricas porque abrem espaço para novas ideias, que devem fomentar a pecuária nacional nos próximos anos. “No campo da nutrição também vimos diferentes dietas, matérias-primas e o processamento de grãos para melhorar a eficiência de ganho de peso dos animais. É importante reforçar que no Brasil temos um sistema versátil, com uso de pastagens, e, por isso, há potencial para produzir muito mais”, reforça Benatti. “É nosso papel contribuir para os pecuaristas terem acesso não só a tecnologias, mas também informações que os ajudem a ir além”.

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