Boi explode e sobe quase R$ 8,00/@; Sobe mais?

Mesmo com grande pressão da indústria, o mercado reagiu pós-feriado e preço avançou quase R$ 8,00/@ e deve encerrar a semana com grande alta!

O mercado físico de boi gordo registrou poucos negócios após o feriado de 7 de setembro, mas fechando com uma grande valorização nas praças paulistas. Apesar dos grandes frigoríficos brasileiros seguirem ausentes na compra de gado, ainda no aguardo da retomada das exportações destinadas à China, aquelas com destino ao mercado interno precisa reabastecer os estoques.

Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo se recuperaram após a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) afirmar que os casos de mal da “vaca louca” não representam risco para cadeia bovina. Apontando para o cenário positivo de preços recordes no último trimestre do ano!

As indústrias, com destaque às exportadoras, estão mexendo nas escalas de abate. Os compradores que estiveram ativos nesta manhã (8/9) abriram o dia ofertando R$10,00/@ a menos para animais destinados ao mercado interno, sem negócios realizados.

O indicador do Cepea abriu o mercado na véspera do feriado de sete de setembro com um grande avanço nos preços médio do boi gordo para a praça paulista. Segundo os dados divulgados, os preços fecharam o dia ontem, 08, cotado a R$ 312,25/@ ante o valor de R$ 305,10/@ no dia 06/09.

Após a confirmação oficial em 4 de setembro da ocorrência de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a ‘’vaca louca’’, em Minas Gerais e Mato Grosso, o mercado abriu com poucos negócios e poucos compradores posicionados. 

Segundo a Agrifatto, o mercado segue sentindo os reflexos dos casos de EEB no país, com a indefinição sobre a volta dos chineses as compras. E com os frigoríficos ofertando valores no balcão próximo aos R$ 300,00/@, poucos negócios são efetivados, e a referência flutua entre os R$ 305,00/@ e R$ 310,00/@ no estado paulista.

Na última segunda-feira (6/9) foram divulgados dados sobre as exportações brasileiras de carne bovina. A posição refere-se aos três primeiros dias úteis de setembro e, por isso, os efeitos da suspensão das exportações ao mercado chinês não tinham sido sentidos. 

Foram embarcadas 10,5 mil toneladas de carne bovina in natura por dia, incremento de 55% em relação à média de setembro/20. Nesse mesmo comparativo, a receita média diária foi de US$61,17 milhões, crescimento de 120,3% (Secex).

Falando de mercado interno, além da possibilidade realista, destaca-se ainda que a probabilidade de termos um cenário de consumo interno de carne bovina estabilizado em 2021 também não é descartada. Isso por que, os números do PIB e de desemprego estão sendo revisados a cada mês, e dependendo do nível de recuperação da economia brasileira, poderíamos chegar a uma demanda interna de 5,20 milhões de toneladas de proteína bovina, 0,44% acima do que fora visto em 2020.

Possíveis Cenários para 2021

Fonte: Agrifatto

Diante das possibilidades de indicadores destacados anteriormente, desenhamos alguns cenários que podem levar o preço do boi gordo a caminhos diferentes no 2º semestre de 2021.

Em um cenário realista, em que os preços podem chegar aos R$ 350,00/@ até o fim de 2021, visualizamos a produção em queda em linha com os números atuais, em conjunto com um mercado interno em recuperação e, mesmo com as exportações contraindo, o preço teria capacidade de valorizar até o final do ano.

Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, em que esses poderiam variar entre R$ 350- 380,00/@, a produção teria que recuar de maneira ainda mais intensa em conjunto com uma recuperação mais acelerada da demanda interna, bem como exportações estáveis em relação ao volume de 2020.

Por fim, o cenário mais conservador considera preços vigorantes próximos ao range de R$ 320-330/@, limitados por uma produção maior no segundo semestre, causada por aumento do número de animais confinados, combinada ainda a exportações e demanda interna reduzidas, levando a maior estoque do produto internamente.

Uma coisa é certa, independente do cenário que se instale na pecuária nacional, o pecuarista vai precisar de atentar aos custos de produção, já que não adianta vender por valores altos e trabalhar com custos elevados. As estratégias de se utilizar a trava no mercado futuro, intensificação e tecnologia de gestão, podem ser o diferencial!

A venda de animais deve e precisa ser cadenciada para que os preços avancem rumo aos R$ 350,00/@

Foto Divulgação

O mercado deve passar por um momento mais pressionado em curto prazo, com a suspensão dos embarques para a China. Cabe lembrar, no entanto, que em 2019 a suspensão durou cerca de duas semanas e o mercado do boi gordo cedeu 3,6%, mas superou rapidamente os patamares de preços de antes do caso. Ressaltamos que não foram observados recuos significativos nos preços da arroba até o momento!

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 305 a R$ 310 na modalidade a prazo. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 295 a R$ 298. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 309 a R$ 310. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 302,00. Em Uberaba (MG), preços a R$ 307 a arroba.

Atacado

A carne bovina segue com preços acomodados no mercado atacadista. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios sugere por maior espaço para reajustes no curto prazo.

“As preocupações em torno da logística com os bloqueios em rodovias pode resultar em maior propensão a reajustes. Caminhões com produtos perecíveis e veículos de passeio seguem autorizados a transitar normalmente. Importante mencionar que a carne de frango ainda dispõe da preferência do consumidor médio”, disse Iglesias.

O quarto dianteiro ainda foi precificado a R$ 16,30. A ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50 por quilo.

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