Boi gordo abre a semana com valorização e R$ 320/@ se torna realidade; veja as cotações

Escalas curtas, retenção no pasto e forte demanda interna e externa sustentam cenário altista; veja as cotações do boi gordo por estado e tendência da arroba nos próximos meses

O mercado do boi gordo iniciou a segunda semana de junho com firmeza nos preços, refletindo um cenário de baixa oferta, demanda aquecida e expectativa de continuidade do movimento altista. Embora o ritmo de negociações ainda esteja contido, a arroba a R$ 320 já se tornou realidade em algumas praças pecuárias, puxada pela escassez de animais prontos, pela retenção no pasto e pela força das exportações, especialmente para a China.

Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, as escalas de abate curtas (entre 5 e 7 dias úteis) pressionam os frigoríficos a melhorarem suas ofertas. A oferta de animais jovens aptos à exportação está limitada, o que aumenta a disputa pelos lotes prontos.

“A indústria não encontra quantidade expressiva de animais que cumpram os requisitos de exportação para a China”, destaca Iglesias.

Além disso, as exportações seguem em ritmo acelerado, com o Brasil se encaminhando para bater recordes históricos nesta temporada. Essa combinação de fatores contribui para um ambiente positivo para o pecuarista, tanto no mercado físico quanto futuro.

Cotações médias do boi gordo por estado

Levantamento da Scot Consultoria e Agrifatto revela os seguintes valores médios da arroba:

  • São Paulo: R$ 316,67
  • Goiás: R$ 300,54
  • Minas Gerais: R$ 300,29
  • Mato Grosso do Sul: R$ 313,86
  • Mato Grosso: R$ 310,54

Retenção no pasto e impacto nas escalas

Segundo a Agrifatto, a oferta ainda elevada de capim no Brasil Central, situação incomum para o período, permite aos pecuaristas manterem o gado no pasto. Isso reduz a pressão de venda sobre os frigoríficos e resulta no encurtamento das escalas de abate, que caíram um dia útil na comparação semanal.

“Com redução nas ofertas de boiadas e melhora no escoamento da carne bovina no mercado interno e externo, a semana começou com preços mais altos para o ‘boi-China’”, destaca boletim da Scot.

O animal com padrão-exportação foi negociado por R$ 315/@ em São Paulo, com ágio de R$ 5/@ sobre o boi “comum”, vendido a R$ 310/@.
A novilha gorda vale R$ 295/@ e a vaca gorda R$ 280/@ na mesma praça.

Praças em valorização

Entre as 17 praças monitoradas pela Agrifatto, seis registraram alta nas cotações nesta segunda-feira (9/6): GO, MG, MS, PA, PR e TO. As demais regiões mantiveram estabilidade.

Indicadores e desempenho semanal

  • Datagro (São Paulo): R$ 311,73/@ (+3,24% na semana)
  • Média semanal Datagro: R$ 307,65/@ (+1,34%)
  • CEPEA (São Paulo): R$ 309,20/@ (+1,40%)
  • Agrifatto: R$ 309,78/@ (+1,98%)

Segundo analistas da Agrifatto, a retenção de animais e o bom fluxo de vendas no varejo e atacado seguem sustentando o movimento de alta.

Mercado futuro do boi gordo acompanha tendência de valorização

O mercado futuro do boi gordo na B3 também reflete o otimismo:

  • Contrato Junho/25: R$ 315,85/@ (+1,06%)
  • Julho/25: R$ 325,00/@ (+1,14%)
  • Agosto/25: R$ 327,80/@ (+0,91%)
  • Setembro/25: R$ 330,50/@ (leve queda de R$ 0,20/@)

Com esses valores, os ágios dos contratos futuros em relação ao mercado físico ficaram assim:

  • Junho: +R$ 4,12/@
  • Julho: +R$ 13,27/@
  • Agosto: +R$ 16,07/@
  • Setembro: +R$ 18,77/@

“Recomendamos a adoção de estratégias de hedge para proteção contra eventuais depreciações futuras”, alerta relatório da Agrifatto.

Bezerro acompanha alta da arroba

A reposição também registrou avanço. O bezerro (Cepea/MS) teve alta semanal de 0,46%, alcançando R$ 2.897,82/cabeça.

Custo de insumos

  • Milho: R$ 69,05/saca (queda de 1,24%)
  • Farelo de soja: R$ 1.757,95/tonelada (alta de 0,08%)

Carne bovina no atacado

O mercado atacadista segue com preços firmes:

  • Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
  • Dianteiro: R$ 19,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

“A entrada dos salários na economia e o comportamento da carne de frango no varejo são fatores que merecem atenção”, destaca Iglesias.

O dólar comercial caiu 0,13% nesta segunda-feira, fechando a R$ 5,5616 para venda. A moeda oscilou entre R$ 5,5522 e R$ 5,5987 ao longo do dia.

O cenário atual aponta para continuidade do viés altista no curto prazo, sustentado pela baixa oferta, boa demanda externa e consumo interno reagindo com a entrada da renda. A arroba a R$ 320 já é realidade em praças paulistas e contratos futuros apontam para valores ainda maiores.

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