Boi gordo abre semana cotado a R$ 325/@ e com viés de alta na mira dos pecuaristas

Mercado físico do boi gordo mostra firmeza, exportações crescem e expectativas se voltam para recuperação no início de 2026; Confira qual a cotação da arroba na sua região

O mercado do boi gordo inicia a segunda quinzena de dezembro de 2025 com cenário de estabilidade nos preços físicos, mesmo diante de uma leve correção nos contratos futuros. Em São Paulo, a arroba destinada à exportação — o chamado “boi-China” — está cotada em R$ 325,00, enquanto o boi comum para o mercado interno vale R$ 321,00, segundo levantamento da Scot Consultoria.

Apesar do aparente compasso de espera, há um viés positivo no radar dos pecuaristas, sustentado pelo bom desempenho das exportações e por uma recuperação esperada no consumo doméstico às vésperas das festas de fim de ano.

Consumo interno e exportações impulsionam mercado físico

Mesmo com parte dos frigoríficos em férias coletivas e escalas de abate já programadas até o início de janeiro, o mercado físico tem se mostrado resiliente. Analistas da Agrifatto apontam que o fluxo de exportações e o aquecimento do consumo interno — impulsionado pelo 13º salário e pelas comemorações de fim de ano — mantêm o mercado firme.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 10 primeiros dias de dezembro, o Brasil exportou 143,57 mil toneladas de carne bovina in natura, uma média diária de 14,36 mil toneladas — volume 48,9% superior ao mesmo período de 2024. Em receita, as vendas externas somam US$ 804,54 milhões, com aumento de 68,5% na média diária.

Bolsa recua por realização de lucros, mas contratos longos mantêm liquidez

Na B3, os contratos futuros de boi gordo operaram no vermelho durante a semana, com recuos puxados por realização de lucros após um ciclo de altas. O contrato de dezembro/25 fechou a R$ 321,25/@, levemente abaixo do indicador físico (R$ 322,68/@, segundo a DATAGRO) — o que demonstra que o mercado físico está mais aquecido que a expectativa da bolsa de curto prazo.

Ainda assim, a liquidez continua alta, com quase 40 mil contratos em aberto. A maior parte das operações se concentra em hedge de longo prazo, aproveitando os atuais patamares de preço para proteção nas entregas de 2026.

Expectativa é de retomada no consumo e preços firmes no início de 2026

A partir do dia 18 de dezembro, espera-se uma retomada na demanda doméstica, com o varejo e as casas de carne reabastecendo estoques para as festas — principalmente com cortes nobres para churrasco. Isso pode reforçar a sustentação nos preços da arroba nos próximos dias.

Do lado da produção, o Cepea estima que os abates programados para o início de 2026 devem ser economicamente viáveis, devido ao cenário favorável de custos com alimentação e expectativa de preços firmes. A previsão indica que 7,54% dos abates nacionais já estão programados para janeiro, fevereiro e março, o que evidencia otimismo moderado dos confinadores.

Cotações médias da arroba do boi gordo nas principais praças pecuárias

Segundo a Safras&Mercado, os preços médios da arroba no início desta semana são:

  • São Paulo: R$ 321,53
  • Goiás: R$ 313,75
  • Minas Gerais: R$ 309,41
  • Mato Grosso do Sul: R$ 311,36
  • Mato Grosso: R$ 298,82

Atacado segue firme com demanda interna aquecida

No mercado atacadista, os preços também mantêm firmeza. O quarto traseiro está cotado a R$ 26,25/kg, enquanto quarto dianteiro e ponta de agulha valem R$ 18,50/kg. O movimento reflete o bom momento de consumo, impulsionado por salários extras, empregos temporários e festividades de fim de ano.

Mesmo em um período de menor atividade industrial e realização de lucros na bolsa, o boi gordo abre a semana com estabilidade e sinais de alta sustentados por fundamentos sólidos. O cenário de exportações aquecidas, consumo interno reagindo e perspectiva de rentabilidade no confinamento colocam o produtor em posição estratégica para os primeiros meses de 2026.

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