
Arroba do boi gordo chegou a R$ 317,70 no dia 24/06, segundo o Cepea, mas oferta elevada e avanço do frio geraram recuo nos dias seguintes; frigoríficos reforçam pressão por preços mais baixos
O mercado do boi gordo registrou um pico significativo nesta semana, com a arroba atingindo R$ 317,70 na última segunda-feira (24/06), segundo o Indicador CEPEA/ESALQ. Esse foi o maior valor observado na média das praças pecuárias nos últimos 30 dias, representando alta diária de 1,05% e valorização mensal acumulada de 3,79%. Em dólar, o preço também alcançou a máxima do período, sendo cotado a US$ 57,62.
Apesar do desempenho expressivo no início da semana, a tendência não se sustentou. Nos dias seguintes, os preços passaram a ceder: R$ 316,20 na terça (25/06) e R$ 315,75 na quarta (26/06), com quedas de 0,47% e 0,14%, respectivamente. A semana termina com pressão evidente dos frigoríficos, que aproveitaram o avanço do frio e o aumento da oferta de animais terminados a pasto para barganhar valores menores.
Oferta de gado cresce com frente fria
Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a recente frente fria contribuiu para antecipar o abate de animais terminados a pasto. Além disso, há aumento na oferta de bovinos oriundos de sistemas intensivos e parcerias (contratos a termo), o que ampliou o volume disponível nas escalas de abate.
Essa combinação elevou o nível de conforto dos frigoríficos, que conseguem se programar com média de nove dias de escala, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. A consultoria também apontou queda de R$ 2,00/@ na praça paulista, com o boi gordo comum cotado a R$ 313,00/@ e o boi-China a R$ 318,00/@.
Queda no atacado e mudanças no consumo
No mercado atacadista, os preços da carne bovina também recuaram. O quarto dianteiro caiu R$ 1,00, para R$ 19,00/kg, enquanto a ponta de agulha recuou R$ 0,50, fechando em R$ 18,50/kg. A carne de traseiro manteve-se em R$ 23,00/kg. O analista Iglesias destacou que o escoamento está lento, com o consumidor priorizando proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos.
Exportações e demanda ainda sustentam otimismo no mercado do boi gordo
Apesar da pressão de baixa nos preços, o ritmo aquecido das exportações de carne bovina e a expectativa de aumento sazonal da demanda ainda sustentam certo otimismo no setor. Analistas da Agrifatto observam que essa conjuntura tem favorecido o poder de barganha dos pecuaristas, permitindo negociações mais seletivas, sobretudo com frigoríficos exportadores.
Resumo das principais cotações do boi gordo (26/06/2025):
- São Paulo: R$ 319,83 (queda de R$ 0,75)
- Goiás: R$ 299,82
- Minas Gerais: R$ 307,06
- Mato Grosso do Sul: R$ 316,02
- Mato Grosso: R$ 322,97
Com o mercado do boi gordo oscilando entre picos e pressões, o pecuarista deve estar atento à volatilidade climática, aos volumes nas escalas e à força das exportações, que seguem sendo o principal sustentáculo da valorização do boi gordo em 2025.
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