Boi gordo atinge R$ 365/@ e cenário deve trazer nova disparada nos preços

O mercado físico do boi gordo volta a se deparar com um ou outro negócio acima da referência média, com negócios chegando a R$ 365/@ em algumas praças. Entrada do 13º salário deve aumentar a procura por proteínas e ajudar na nova disparada dos preços.

O mercado do boi gordo registrou alta significativa nos preços da arroba, com negócios chegando a R$ 365/@ em algumas praças. Essa valorização, somada às condições atuais de oferta e demanda, indica que o movimento de alta deve persistir na próxima semana. Entenda os fatores que sustentam esse cenário.

O mercado físico do boi gordo volta a se deparar com um ou outro negócio acima da referência média. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, este é um ano em que as variáveis de demanda tiveram grande peso sobre a formação dos preços. “O ambiente geral ainda sinaliza para escalas de abate apertadas e potencial para reajustes no curto prazo. A demanda segue bastante aquecida, em especial para exportação, o que tem justificado boa parte do movimento de alta deflagrado nas últimas semanas”, considera o analista da empresa Fernando Henrique Iglesias.

As escalas de abate continuam curtas em todo o Brasil. A consultoria Agrifatto aponta que, na média nacional, as programações de abate ficaram em apenas 6 dias úteis, reforçando o cenário de oferta limitada de animais terminados. Destaque para estados como Pará, que alcançou escalas de 10 dias úteis, enquanto São Paulo manteve 7 dias úteis.

Frigoríficos adotam estratégias para alongar as escalas, como redução no ritmo de produção e dias sem abate. Essa dinâmica colabora diretamente para a sustentação dos preços, especialmente em um mercado já marcado pela baixa oferta de animais prontos para o abate.

Demanda de exportação e câmbio favorável

A demanda externa segue como um dos principais motores da alta do boi gordo. Com o dólar comercial cotado a R$ 5,81, o mercado internacional continua atrativo para a carne bovina brasileira. Esse cenário tem sustentado preços elevados para o boi padrão exportação, cujas cotações seguem na casa de R$ 350/@ em São Paulo, segundo dados da Agrifatto.

Além disso, o ambiente global de importação permanece firme, com países compradores mantendo níveis consistentes de demanda por carne bovina in natura.

Influência do 13º salário no mercado interno

A entrada de aproximadamente R$ 300 bilhões na economia pelo pagamento do 13º salário e benefícios sociais aquece o consumo doméstico de proteínas. A expectativa é que essa circulação de recursos eleve o consumo interno em dezembro, especialmente nas festas de fim de ano. Contudo, analistas alertam que qualquer aumento na oferta de carne bovina pelos frigoríficos pode impactar negativamente os preços.

Foto: Divulgação

Análise regional e preços médios

Na última sexta-feira (22/11), o mercado físico do boi gordo apresentou negócios pontuais acima da referência média, principalmente no Centro-Sul do país. Goiás destacou-se com as maiores altas da semana. Já na Região Norte, os preços ficaram acomodados.

  • Média nacional: R$ 318,40/@, com nove das 17 praças registrando alta.
  • Preço paulista: Fechamento em R$ 350/@, estável na semana.

Na plataforma AgroBrazil, foi registrado um negócio envolvendo novilhas gordas, com o valor de R$ 365,00 por arroba. A negociação ocorreu no município de Promissão, São Paulo, em 22 de novembro de 2024, com destino ao Frigorífico de Barbosa LTDA (Barbosa/SP). Essa cotação reflete a tendência de alta no mercado, confirmando a competitividade das transações divulgadas por meio dessa plataforma, que tem se consolidado como referência no setor peculiar.

No mercado futuro (B3), os contratos seguem em alta. O contrato de novembro/24 fechou a R$ 345,50/@, valorização de 0,68% em relação ao dia anterior, reforçando o otimismo no mercado.

Atacado e varejo: preços acomodados, mas com perspectiva de alta

Apesar das altas no mercado físico, o mercado atacadista apresentou estabilidade nos preços. O quarto traseiro foi cotado a R$ 26,00/kg, enquanto o dianteiro e a ponta de agulha mantiveram-se em R$ 19,50/kg e R$ 19,00/kg, respectivamente.

A entrada do 13º salário deve aumentar a procura por proteínas, mas o consumo tende a priorizar opções de menor custo, como frango e ovos. Ainda assim, espera-se que a carne bovina ganhe mais força à medida que se aproximam as festividades.

Cenário geral e expectativas para o boi gordo

Pesquisadores do Cepea observam que as escalas de abate em novembro estão menores que as de outubro, indicando continuidade no movimento de alta. Com frigoríficos e pecuaristas ajustando estratégias de produção e negociação, os preços devem seguir valorizados no curto prazo. Além disso, a liquidez crescente nos contratos de boi gordo na B3 reflete o otimismo do mercado.

A combinação de oferta restrita, demanda externa aquecida e estímulos no consumo interno aponta para uma semana promissora para a pecuária brasileira. O mercado deve manter os preços em patamares elevados, com possibilidade de novos recordes antes do final de 2024.

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