Boi gordo: Consultorias alertam para queda nos preços e fracasso nas vendas

O cenário do mercado de carne bovina no Brasil mostrou uma tendência de queda nos preços da arroba do boi gordo, segundo dados divulgados pelas consultorias Safras & Mercado, Agrifatto e CEPEA; veja as cotações

De acordo com o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os preços da arroba do boi gordo tiveram quedas pontuais, refletindo a posição relativamente confortável dos frigoríficos em suas escalas de abate. Iglesias destaca que os preços da carne bovina começam a apresentar indícios de reação no atacado, o que pode ser relevante ao longo da primeira quinzena de março. Ele ressalta também que o pecuarista ainda se encontra em condições favoráveis para manter o ritmo dos negócios, considerando a situação atual das pastagens.

Os preços da carne bovina começam a esboçar reação no atacado, o que será relevante ao longo da primeira quinzena de março. Vale mencionar que o pecuarista ainda se depara com boas condições para manter o ritmo dos negócios, considerando a atual situação das pastagens”, aponta Iglesias.

Preços da arroba do boi gordo

  • São Paulo, capital: R$ 235
  • Goiânia, Goiás: R$ 219
  • Uberaba (MG): R$ 229
  • Dourados (MS): R$ 223
  • Cuiabá: R$ 207

No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem acomodados, com expectativas de recuperação durante a primeira quinzena do mês, impulsionada pelo aumento do consumo após a entrada dos salários na economia. Segundo Iglesias, o quarto dianteiro foi precificado a R$ 12,80 por quilo, enquanto o quarto traseiro alcançou R$ 18,00 por quilo. A ponta de agulha permanece estável, precificada a R$ 12,80 por quilo.

“O ambiente de negócios sugere uma recuperação dos preços durante a primeira quinzena de fevereiro, período marcado por maior apelo ao consumo, com a entrada dos salários na economia motivando a reposição entre atacado e varejo, aumentando a propensão para reajustes”, afirma Iglesias.

A Consultoria Agrifatto relata uma situação de pressões baixistas no mercado físico, com escalas de abate favoráveis às indústrias. Embora os frigoríficos estejam apresentando escalas confortáveis e ofertando menos pelo boi gordo, é no mercado futuro (B3) que as cotações apresentam as maiores desvalorizações.

Segundo a Agrifatto, o vencimento para maio/24 fechou o pregão de quarta-feira (28/2) cotado em R$ 222,60/@, com recuo de 1,11% na comparação diária. Na comparação semanal, todos os contratos de 2024 registraram queda.

“Apesar dos frigoríficos optarem por compras compassadas (de boiadas gordas), que priorizam pequenos lotes, os abates intercalados também induzem à interpretação de escalas confortáveis, com sustentação de dez dias, na média nacional”, afirma a Agrifatto. “Pelo terceiro dia consecutivo, todas as 17 praças acompanhadas mantiveram as cotações estáveis”, completa.

A CEPEA destaca que os preços do boi gordo e da carne encerraram fevereiro em queda devido à maior oferta de animais para abate e à demanda retraída por parte dos frigoríficos. Apesar dos valores mais baixos da arroba, a instabilidade das vendas no atacado e as escalas alongadas têm limitado o interesse comprador em adquirir novos lotes.

A expectativa é que, com a chegada de março, os estoques de carne bovina comecem a escoar com maior facilidade, proporcionando um alívio para o pecuarista. Entretanto, as vendas no varejo de carne bovina e as distribuições no atacado permanecem fracas, com mercadorias estacionadas nos pontos de distribuição. Apesar disso, os frigoríficos reduziram um pouco o volume alocado para negociações, resultando em uma disponibilidade levemente mais apertada em relação à demanda.

O mercado de carne bovina no Brasil enfrenta um período de queda nos preços da arroba do boi gordo, com expectativas de recuperação durante a primeira quinzena de março, impulsionadas pelo aumento do consumo e pela entrada dos salários na economia.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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