Mercado do boi gordo entra em ritmo de feriado, com negociações lentas, escalas confortáveis e preços acomodados para período de Natal; exportações seguem como principal sustentação do setor
O mercado físico do boi gordo chegou ao fim da semana que antecede o Natal sem grandes novidades para o pecuarista. As negociações seguiram travadas, o ritmo foi lento e as cotações permaneceram praticamente estáveis nas principais praças do país, com referências girando em torno de R$ 325 por arroba em negócios pontuais. O cenário reflete um período tradicionalmente marcado pela retração das indústrias e pela menor disposição dos produtores em negociar, típico do encerramento do ano.
De acordo com análises de mercado, tanto frigoríficos quanto pecuaristas reduziram sua participação, o que contribuiu para a manutenção do padrão observado ao longo da semana. Parte das plantas está fora das compras ou operando apenas para cumprir escalas já programadas, enquanto muitos vendedores optaram por segurar a boiada, aguardando definições para o início de 2026.
Mercado do boi gordo travado e escalas confortáveis
Em São Paulo, principal referência do mercado nacional, a cotação do boi gordo segue estável há vários dias, com escalas de abate que, em média, atendem cerca de dez dias de programação, o que reduz a urgência das indústrias por novas aquisições. Segundo a Scot Consultoria, esse movimento é típico do fim de ano, quando parte dos frigoríficos desacelera ou interrompe temporariamente as compras.
Apesar do ritmo mais lento, a oferta de boiada não é abundante, o que ajuda a sustentar os preços. Em várias regiões, os produtores seguraram os animais ao longo do segundo semestre e liberam volumes de forma gradual, evitando pressão negativa mais forte sobre as cotações.
Preços médios do boi gordo nas principais praças
Levantamentos recentes indicam as seguintes médias de preços da arroba do boi gordo:
- São Paulo: R$ 318,75
- Goiás: R$ 311,39
- Minas Gerais: R$ 309,71
- Mato Grosso do Sul: R$ 311,02
- Mato Grosso: R$ 299,45
Os números mostram pouca variação diária, reforçando o cenário de estabilidade que marcou a semana pré-Natal.
Atacado também sente o fim de ano
No mercado atacadista de carne bovina, o comportamento não foi diferente. Os preços seguem acomodados, com expectativa de manutenção no curtíssimo prazo. Analistas destacam que o perfil de consumo do primeiro trimestre costuma ser mais comedido, já que as famílias priorizam despesas típicas do início do ano, como impostos e material escolar, o que limita avanços mais expressivos nas cotações da carne.
Entre os cortes, as referências permanecem próximas de:
- Quarto traseiro: R$ 25,50/kg
- Quarto dianteiro: R$ 18,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,50/kg
Exportações seguem como ponto de sustentação
Mesmo com o mercado interno mais lento, as exportações de carne bovina continuam sendo o grande destaque do setor. Até a terceira semana de dezembro, os embarques apresentaram forte crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento significativo tanto em volume quanto em valor médio por tonelada.
Analistas apontam que, olhando para 2026, a manutenção do fluxo de exportações — especialmente para a China — será fundamental para equilibrar oferta e demanda e evitar pressão negativa sobre os preços do boi gordo, em um contexto de entrada gradual de animais de pasto e descarte sazonal de fêmeas.
Expectativa para o pós-Natal
A tendência, segundo o mercado, é que o ritmo das negociações siga lento logo após o Natal, com alguma melhora apenas na primeira quinzena de janeiro, à medida que frigoríficos retomem as compras e o mercado volte à rotina normal. Até lá, o boi gordo deve continuar “sem presente”, com preços firmes, porém sem espaço para altas expressivas no curtíssimo prazo.
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