Boi gordo mantém R$ 325/@ em meio à preparação para as festas de fim de ano

Mercado segue estável na segunda semana de dezembro, apesar da pressão de baixa dos frigoríficos; veja preços do boi gordo por estado e comportamento do atacado

O mercado do boi gordo chega à segunda semana de dezembro com um cenário de estabilidade, mesmo diante das tradicionais pressões de compra exercidas pelos frigoríficos nesta época do ano. Com as festas se aproximando, a demanda tende a oscilar, mas os preços seguem firmes em grande parte das praças pecuárias, preservando o patamar médio de R$ 325/@, referência observada no Sudeste e usada como base pelos principais indicadores do setor.

Nas regiões do Centro-Norte, especialmente Tocantins e Rondônia, continuam aparecendo tentativas de compra em valores menores devido a escalas de abate mais confortáveis, conforme descrito pelo Safras&Mercados. Já em estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, o ambiente de negócios está mais travado, com poucos lotes negociados e preços estáveis.

Cotações da arroba: veja quanto vale o boi gordo dentro das principais praças

Os valores médios apresentados mostram um mercado praticamente lateralizado, reforçando a leitura de estabilidade neste início de dezembro:

  • São Paulo: R$ 324,50/@
  • Goiás: R$ 315,54/@
  • Minas Gerais: R$ 320,59/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 319,09/@
  • Mato Grosso: R$ 302,04/@

Em São Paulo, o levantamento da Agrifatto e da Scot Consultoria publicado nesta quarta-feira confirma o patamar firme:

  • Boi gordo “comum”: R$ 322/@
  • Boi-China: R$ 326–330/@
  • Vaca gorda: R$ 302/@
  • Novilha terminada: R$ 314/@

Pressão de baixa enfraquece, e estabilidade predomina

Embora o começo do mês tenha registrado pequenos ajustes negativos em algumas regiões, a segunda semana de dezembro trouxe estabilidade generalizada nas 17 praças monitoradas pela Agrifatto.

Segundo analistas:

  • A demanda interna e externa permanece firme, absorvendo a oferta disponível.
  • Não há excedentes de oferta, o que limita quedas abruptas.
  • Férias coletivas em frigoríficos não influenciaram os preços, indicando um mercado equilibrado entre oferta e demanda.

As fêmeas terminadas continuam sentindo mais pressão, com recuos pontuais em diferentes regiões — movimento alinhado à menor procura por este tipo de categoria nesta época do ano.

Atacado firme com expectativa de novos reajustes

O mercado atacadista segue apresentando preços sustentados, principalmente pelos cortes mais valorizados durante o período de festas. Conforme os dados do Safras&Mercados, os preços seguem estáveis, porém com viés de alta:

  • Traseiro bovino: R$ 26,25/kg
  • Dianteiro: R$ 18,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

A demanda por cortes para churrasco cresce conforme se aproximam as celebrações de final de ano, o que tende a sustentar o mercado até o período entre 18 e 23 de dezembro, quando varejo e açougues costumam reforçar seus estoques.

O que esperar do preço do boi gordo para os próximos dias?

Segundo a Agrifatto, o consumo doméstico deve apresentar uma leve desaceleração momentânea, pois as famílias priorizam gastos com presentes e preparativos para o Natal. Porém, o cenário muda rapidamente:

  • A partir do dia 18, o mercado costuma registrar forte reação com o início do abastecimento para ceias e churrascos familiares.
  • A oferta de boiadas terminadas permanece ajustada, o que ajuda a segurar o preço mesmo diante da pressão compradora.
  • No mercado futuro, o contrato de janeiro/26 encerrou o pregão em R$ 327,77/@, reforçando a percepção de relativa firmeza para o curto prazo .

Câmbio: fator de suporte à exportação

O dólar fechou o dia cotado a R$ 5,46, com leve alta de 0,51%, movimento que favorece a competitividade da carne brasileira no exterior e contribui para manter o escoamento das indústrias exportadoras.

O boi gordo entra no período pré-festas mantendo o patamar de R$ 325/@, refletindo um mercado equilibrado entre oferta e demanda, com leve pressão baixista, porém sem força para derrubar os preços. O consumo deve ganhar ritmo na próxima semana, sustentando as cotações e oferecendo um fim de ano de maior estabilidade ao pecuarista.

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