Boi gordo segue a R$ 325/@ e expectativa de alta ganha força com virada do mês

Sustentado por demanda interna, exportações fortes e oferta restrita, mercado do boi gordo entra em dezembro com viés positivo; especialistas apontam influência direta de China, EUA, escalas de abate e consumo do fim de ano.

O mercado do boi gordo encerra novembro mostrando força, estabilidade e um cenário cada vez mais favorável para valorizações na virada do mês. A arroba do boi-China se mantém em R$ 325/@, enquanto o boi comum gira próximo a R$ 320/@, reflexo direto de uma combinação de fatores: demanda interna aquecida, exportações em ritmo recorde, oferta limitada na entressafra e câmaras frias ainda com estoques enxutos.

As informações são confirmadas por levantamentos da Scot Consultoria, Agrifatto e análises detalhadas de consultores de mercado, que apontam que o movimento de firmeza observado ao longo de novembro tende a ganhar intensidade em dezembro. Positivo para os pecuaristas, mas ainda existem pontos de atenção, veja abaixo!

Mercado do boi gordo segue firme e sustentado

Segundo o analista Felipe Fabbri, da Scot Consultoria, os preços permanecem firmes devido à demanda doméstica mais ativa e ao forte desempenho das exportações, que podem até quebrar novo recorde mensal em novembro — superando outubro, que já havia registrado recorde histórico .

Além disso, a oferta restrita de animais terminados reforça o piso das cotações, principalmente neste período final de entressafra, quando os frigoríficos operam com estoques baixos e dificuldade em alongar as escalas.

Escalas de abate mostram alívio, mas seguem limitadas

Levantamento da Agrifatto indica que, apesar de um pequeno avanço, as escalas seguem curtas em grande parte do país, girando entre 7 e 8 dias úteis em média, com exceção de Rondônia, que opera com até 10 dias .

Mesmo assim, os frigoríficos ainda encontram dificuldade para comprar abaixo da referência, mostrando que o poder de barganha permanece mais favorável ao pecuarista.

China e EUA: os dois gatilhos que podem impulsionar a arroba

O ambiente externo também virou um ponto de sustentação importante. Dois fatores recentes ajudam a fortalecer o humor do mercado:

1. Estados Unidos retiram tarifas extras da carne bovina brasileira

O governo norte-americano decidiu eliminar completamente as tarifas adicionais, permitindo que as exportações brasileiras retomem acesso pleno ao mercado dos EUA . Além disso, analistas destacam uma forte necessidade de compra dos EUA, que enfrentam o menor rebanho dos últimos anos .

2. China adia decisão sobre salvaguardas

A China prorrogou novamente para janeiro de 2026 o anúncio sobre sua investigação de salvaguarda, o que trouxe alívio imediato e reduziu a volatilidade. Para dezembro, espera-se que o gigante asiático mantenha compras moderadas, porém consistentes .

Consumo interno deve impulsionar dezembro

A chegada da primeira parcela do 13º salário e o pagamento da folha de novembro criam um ambiente favorável para aumento da demanda por carne bovina no varejo.

Os cortes do traseiro, mais procurados no fim do ano, já mostram sinal de valorização — chegando a R$ 25,50/kg, com expectativa de novos ajustes para cima nas próximas semanas .

Como fecharam as cotações da arroba em Novembro

De acordo com Scot e Agrifatto, no encerramento da última semana de novembro:

  • Boi-China: R$ 325/@
  • Boi comum (SP): R$ 320/@
  • Novilha gorda (SP): R$ 314/@ (+R$ 2)
  • Vaca gorda: R$ 302/@
  • Média nacional: R$ 305,30/@

Exportações confirmam a força do mercado

Até a terceira semana de novembro, o Brasil já havia exportado 238 mil toneladas de carne bovina, com média diária 41,7% superior à de novembro de 2024. A receita somava mais de US$ 1,3 bilhão e o preço médio da tonelada era de US$ 5.491 .

O desempenho reforça que a demanda internacional segue como um dos grandes motores do mercado.

Expectativas para a virada do mês

Com base nas informações dos principais institutos de análise, o mercado entra em dezembro com:

  • viés altista consolidado;
  • oferta restrita, típica da época;
  • demanda interna crescente com 13º salário;
  • exportações fortes, especialmente para EUA e China;
  • frigoríficos com escalas curtas, limitando pressão de baixa.

A combinação desses fatores pode fazer com que a arroba teste novos patamares ao longo das próximas semanas, especialmente se o ritmo de embarques permanecer elevado.

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