Boi gordo segue a R$ 330/@ com maior disputa entre frigoríficos e pecuaristas

Foi observado uma alta pontual no preço do boi gordo, com destaque para São Paulo, onde a dificuldade na aquisição de boiadas levou os frigoríficos a disputarem de forma mais intensa os animais terminados.

O mercado do boi gordo registrou uma recuperação nos preços nesta terça-feira (4), com destaque para São Paulo, onde a dificuldade na aquisição de boiadas levou os frigoríficos a disputarem de forma mais intensa os animais terminados. Apesar da alta pontual, o mercado segue pressionado pela oferta de fêmeas e pelo desaquecimento da demanda interna e externa. De forma resumida, segundo as consultorias que acompanham as praças pecuárias diariamente, o cenário é de disputa entre pecuaristas e indústrias.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o recente reajuste nos preços da arroba levanta dúvidas sobre a capacidade dos frigoríficos de alongar suas escalas de abate. Enquanto a Região Norte ainda apresenta boa disponibilidade de animais e escalas confortáveis, outros estados enfrentam um cenário de escassez de boiadas prontas.

A maior oferta de fêmeas descartadas no mercado tem ajudado os frigoríficos a equilibrar suas escalas. Com as pastagens favorecidas pelas chuvas, muitos pecuaristas seguram os machos terminados no pasto, aguardando melhores preços para negociar a arroba.

Preços da arroba do boi gordo seguem firmes

Segundo a Scot Consultoria, os preços na praça paulista seguem estáveis:

  • Boi gordo comum: R$ 325/@
  • Boi-China: R$ 330/@
  • Vaca gorda: R$ 298/@
  • Novilha gorda: R$ 312/@

O balanço de janeiro de 2025 mostra que o preço médio do boi gordo em São Paulo foi de R$ 324,95/@, com alta mensal de 1,44%, aproximando-se do patamar de R$ 330/@.

Giro do boi gordo pelas principais praças pecuárias:

  • Goiás: R$ 306,25 (estável)
  • Minas Gerais: R$ 314,41 (sem variação)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 312,95 (R$ 312,39 anteriormente)
  • Mato Grosso: R$ 323,49 (R$ 322,01 na segunda)

Exportações e demanda interna seguem instáveis

No cenário externo, a China reduziu suas compras devido às comemorações do Ano Novo Lunar, o que impactou os embarques brasileiros. Já no mercado doméstico, o consumo segue fraco devido ao peso das despesas de início de ano, como IPTU, IPVA e material escolar, que comprometem o poder de compra dos brasileiros.

Apesar desses desafios, as exportações continuam em bom nível, com expectativas de um volume recorde para esta safra, o que pode sustentar os preços da arroba ao longo das próximas semanas.

Mercado atacadista e perspectivas para fevereiro

O mercado atacadista também registra alta nos preços da carne bovina, especialmente nos cortes de menor valor agregado, com expectativas de continuidade desse movimento até a primeira quinzena de fevereiro, impulsionado pela entrada dos salários.

  • Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 17,80/kg (alta de R$ 0,30)
  • Quarto dianteiro: R$ 17,80/kg (alta de R$ 0,30)

Câmbio e influência no mercado do boi

O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,7693 para venda. A moeda oscilou entre R$ 5,7564 e R$ 5,8269, influenciando a rentabilidade das exportações brasileiras e podendo impactar as negociações de curto prazo no setor pecuário.

O mercado do boi gordo segue com preços firmes, mas sob pressão, com frigoríficos enfrentando dificuldades para compor suas escalas e pecuaristas aguardando melhores condições de negociação. A expectativa para fevereiro é de manutenção da disputa entre compradores e vendedores, com atenção ao retorno da China às compras e ao comportamento do consumo doméstico com a entrada da renda mensal dos consumidores.

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