Boi gordo segue em alta e futuro já ultrapassa R$ 337/@; veja as cotações

Exportações aquecidas e oferta restrita impulsionam preços no mercado físico e futuro do boi gordo

O mercado do boi gordo vive um momento de firmeza, sustentado principalmente pela demanda externa aquecida e pela oferta controlada de animais prontos para abate. Mesmo com um consumo interno mais retraído, os preços da arroba seguem em ascensão em diversas regiões do país, com destaque para a cotação futura de outubro na B3, que já ultrapassa R$ 337/@.

Segundo a Agrifatto, as exportações de carne bovina continuam sendo o grande alicerce dos preços no Brasil. No acumulado de janeiro a maio de 2025, o país embarcou cerca de 1,4 milhão de toneladas da proteína in natura, volume 10,9% superior ao mesmo período de 2024.

A China, apesar de demonstrar cautela nos embarques mais recentes, ainda representa um mercado estratégico, sobretudo com a carne brasileira sendo comercializada a preços competitivos em dólar.

De acordo com a Scot Consultoria, 35,4% da produção brasileira de carne bovina foi exportada no primeiro trimestre, patamar que chegou a 41,6% em setembro do ano passado. Com o dólar acima de R$ 5,50 e o valor da tonelada in natura rondando os US$ 5.350, o cenário é amplamente favorável ao pecuarista, especialmente na entressafra.

Mercado físico do boi gordo com cotações em alta

Mesmo com os frigoríficos tentando frear os reajustes e aguardando maior volume de animais confinados, os preços médios da arroba subiram em várias praças nesta quarta-feira (18/6):

  • São Paulo: R$ 321,75/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 321,02/@
  • Mato Grosso: R$ 317,97/@
  • Goiás: R$ 305,36/@
  • Minas Gerais: R$ 302,35/@

A média nas 17 regiões monitoradas pela Agrifatto chegou a R$ 298,75/@, com oito praças registrando alta, entre elas AL, BA, MT, RS e TO .

No atacado, a carne bovina também mantém firmeza:

  • Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
  • Dianteiro: R$ 19,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

Mercado futuro ultrapassa R$ 337/@

Na B3, o contrato de outubro/25 fechou cotado a R$ 337,65/@, uma valorização significativa frente às semanas anteriores. O contrato de julho/25 também avançou, encerrando em R$ 327,30/@, sinalizando confiança dos agentes do mercado em relação à manutenção da firmeza no segundo semestre.

Essa tendência se apoia nas escalas de abate curtas, que giram em torno de sete dias úteis em média, e na capacidade dos pecuaristas de segurar os lotes terminados aguardando melhores condições de venda.

Consumo interno ainda fragilizado

Apesar do bom desempenho nas exportações, o mercado doméstico ainda enfrenta dificuldades. O consumo de carne bovina segue pressionado, com o varejo evitando novas compras devido a estoques elevados e dificuldade de repasse dos preços ao consumidor.

A preferência do brasileiro por proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos, também contribui para a lentidão na reposição entre atacado e varejo, especialmente na segunda quinzena do mês, período tradicionalmente mais fraco para o consumo.

Perspectivas para o pecuarista

A combinação entre menor oferta de bois terminados, demanda internacional aquecida e dólar valorizado cria um ambiente promissor para o produtor rural. A expectativa é de que os preços da arroba do boi gordo continuem firmes, pelo menos no curto e médio prazo, especialmente durante a entressafra.

Contudo, é preciso atenção aos movimentos do mercado chinês, que já começa a demonstrar resistência diante da valorização do boi brasileiro e ao possível aumento na oferta com a entrada dos animais de confinamento a termo nos próximos meses.

Em resumo: o momento atual é de alta para o boi gordo, mas com fatores externos que podem gerar volatilidade. O produtor deve monitorar de perto os mercados internacional e interno para aproveitar as melhores oportunidades de negociação.

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