Boi gordo sente avanço da entressafra e pressão aumenta; R$ 325/@ fica no retrovisor

Frigoríficos ampliam escalas e recuam nas ofertas; mercado futuro do boi gordo também recua com menor otimismo no curto prazo

Com o avanço da entressafra, o mercado físico do boi gordo intensifica sua tendência de baixa, pressionado por maior oferta de animais e escalas de abate confortáveis nas principais praças de produção do país. A cotação do chamado “boi-China”, voltado à exportação, também recuou e agora gira em torno de R$ 320 a R$ 325/@, segundo dados apurados pela Agrifatto e Scot Consultoria.

Nesta segunda-feira (12/5), após sete dias de estabilidade, os preços voltaram a cair em São Paulo. De acordo com a Scot Consultoria, o boi gordo ficou em R$ 315/@, enquanto o “boi-China” caiu para R$ 320/@, ambos com recuo de R$ 3/@ em relação à sexta-feira anterior . A vaca gorda e a novilha também acompanharam a tendência de baixa, cotadas a R$ 280/@ e R$ 298/@, respectivamente, com queda de R$ 5/@ cada.

A oferta elevada de fêmeas no Norte do país e a boa formação das escalas de abate, entre 7 e 9 dias úteis, são os principais fatores que explicam o atual movimento, de acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado. “A expectativa é de continuidade desse cenário até o final do mês”, afirmou o especialista .

Frigoríficos recuam e vendas no varejo desaceleram

Segundo a Agrifatto, a maioria das indústrias mantém compras apenas no volume necessário para a manutenção das escalas. “Alguns frigoríficos resolveram se afastar temporariamente dos negócios com boiadas gordas”, informa o boletim semanal. Esse movimento, reforçado por históricos de baixas em maio, tende a manter a pressão compradora em patamares mais baixos .

No varejo, as vendas de carne bovina no último fim de semana, especialmente no domingo do Dia das Mães, apresentaram desempenho positivo. No entanto, a expectativa é de desaceleração nas próximas semanas, reflexo do esgotamento do poder de compra da população e da realização da Feira da APAS, que tradicionalmente reduz o movimento no setor varejista.

Cotações nas principais praças

  • São Paulo: R$ 311,25/@
  • Goiás: R$ 293,75/@
  • Minas Gerais: R$ 298,24/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 303,86/@
  • Mato Grosso: R$ 308,38/@ 

As regiões de Pará, Rondônia e Tocantins registraram desvalorizações pontuais nesta segunda-feira. Nas demais praças monitoradas, os preços se mantiveram estáveis em relação à última sexta-feira .

Mercado futuro do boi gordo e atacado também recuam

Na B3, os contratos futuros do boi gordo seguem pressionados. O vencimento de agosto/25 encerrou a última sexta-feira cotado a R$ 320,80/@, queda de 1,41% na comparação com o dia anterior.

No atacado, o mercado também apresenta sinais de acomodação. O quarto traseiro está cotado a R$ 24,00/kg, o dianteiro a R$ 19,50/kg e a ponta de agulha a R$ 18,00/kg .

Com a entressafra ganhando força e os frigoríficos bem posicionados, o cenário segue de pressão baixista sobre a arroba, mesmo com o bom desempenho das exportações. A sustentação dos preços pode depender, nas próximas semanas, do comportamento da demanda externa e da eventual redução na oferta de animais prontos para abate. Enquanto isso, o mercado trabalha com cautela, atento às movimentações internas e à volatilidade cambial.

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