Boi gordo sobe – R$ 326/@ – em importantes praças, apesar da pressão de baixa das indústrias

Cotação da arroba do boi gordo se sustenta em meio a oferta ajustada, demanda firme e expectativa de aquecimento no consumo interno; São Paulo registra alta para o “boi-China”

O mercado do boi gordo iniciou a segunda semana de dezembro com uma surpreendente firmeza nos preços, mesmo diante de tentativas de recuo por parte da indústria frigorífica em algumas regiões. A arroba do “boi-China” atingiu R$ 326,00 em São Paulo, consolidando uma tendência de alta nas principais praças pecuárias, apesar da pressão compradora em patamares mais baixos.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, os frigoríficos têm testado preços mais baixos, especialmente em estados com escalas mais folgadas, como Tocantins e Rondônia, onde o abate está garantido por mais dias. Ainda assim, os produtores resistem a negociar em valores inferiores, sustentando a firmeza do mercado.

Firmeza nos preços do boi gordo nas principais regiões

Nas praças centrais, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, a manutenção da demanda interna aquecida, aliada ao bom ritmo das exportações, tem mantido os preços firmes. Veja as cotações médias da arroba apuradas em 9 de dezembro:

  • São Paulo: R$ 324,50 (média) | R$ 326,00 para boi-China
  • Mato Grosso do Sul: R$ 319,09
  • Minas Gerais: R$ 320,59
  • Goiás: R$ 315,54
  • Mato Grosso: R$ 302,04

Nas demais regiões monitoradas pela Agrifatto, a maioria das praças manteve estabilidade, com quedas apenas no Maranhão, Mato Grosso e Rondônia. Ainda assim, o preço médio nacional da arroba foi de R$ 306,45, segundo os dados da consultoria.

Oferta ajustada impede quedas mais fortes

A oferta de boiadas prontas permanece ajustada, o que tem limitado a capacidade das indústrias de derrubar os preços com maior intensidade. Conforme a Agrifatto, a média nacional das escalas de abate continua restrita a oito dias, o que dá poder de barganha ao pecuarista e evita oscilações bruscas nas cotações.

Além disso, o escoamento da carne bovina segue firme, sustentado pelas exportações de carne in natura, que ultrapassaram 75 mil toneladas apenas na primeira semana de dezembro, conforme dados preliminares. Isso reduz a pressão sobre o mercado interno e contribui para a fluidez da produção.

Varejo deve reagir com festas de fim de ano

A expectativa da Agrifatto é que o mercado doméstico se aqueça ainda mais a partir do dia 18 de dezembro, com a chegada das compras para as festas de fim de ano, sobretudo nos açougues e varejistas que apostam na alta demanda por cortes para churrasco.

No mercado atacadista, já se observam reajustes, especialmente no quarto traseiro bovino, que subiu para R$ 26,25/kg, alta de R$ 0,25 na semana.

Mercado futuro em leve alta

Na B3, o contrato futuro com vencimento em fevereiro/26 fechou cotado a R$ 328,00/@, com valorização de 0,23% na segunda-feira (8), o que mostra expectativas positivas dos agentes do mercado para o curto prazo.

Mesmo diante das tentativas de pressão por parte das indústrias, o boi gordo mantém trajetória de valorização gradual, apoiado por uma oferta controlada, demanda interna firme e exportações aquecidas. A arroba a R$ 326/@ em São Paulo evidencia esse cenário de sustentação de preços em meio a um mercado equilibrado, com projeções de alta para o consumo nos próximos dias.

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