Boi gordo supera os R$ 325/@ e encerra semana com grande valorização

Alta na arroba do boi gordo é puxada por exportações firmes, oferta restrita e contratos futuros aquecidos; veja as cotações por estado

O mercado físico do boi gordo encerrou a semana em forte alta, com negócios pontuais e específicos superando os R$ 325 por arroba em importantes praças pecuárias do país. O movimento é sustentado por uma combinação de oferta restrita de animais prontos para o abate, escalas curtas nos frigoríficos e forte demanda internacional pela carne bovina brasileira — que pode bater recorde ainda este ano.

De acordo com analistas, a entressafra dos “animais de capim” e a dificuldade de encontrar animais jovens prontos são os principais gargalos do momento, o que acaba pressionando os frigoríficos a pagarem acima da média para garantir a compra.

Preços médios da arroba do boi gordo nas principais regiões

Os dados consolidados na quinta-feira (12/6) apontam as seguintes cotações médias:

  • São Paulo: R$ 319,92 (antes: R$ 317,25)
  • Goiás: R$ 303,39 (antes: R$ 301,43)
  • Minas Gerais: R$ 310,29 (alta de quase R$ 10 em dois dias)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 318,18 (antes: R$ 314,32)
  • Mato Grosso: R$ 315,47 (antes: R$ 314,59)

Segundo a Agrifatto, a referência paulista do “boi comum” está em R$ 315/@, enquanto o “boi-China” — mais valorizado por atender exigências específicas do mercado externo — chega a R$ 320/@. Já a Scot Consultoria indica o boi gordo comum em R$ 314/@, a vaca gorda a R$ 285/@, a novilha a R$ 300/@ e o boi-China a R$ 317/@, em preços brutos e a prazo.

Exportações em ritmo acelerado

O ritmo das exportações segue intenso. Segundo a Agrifatto, o Brasil pode exportar 250 mil toneladas de carne bovina somente em junho, o que reforça a tendência de manutenção da firmeza nos preços. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) apontam que, entre janeiro e maio de 2025, o Brasil já arrecadou R$ 5,8 bilhões com as vendas externas, uma alta de 22% em relação ao mesmo período de 2024. Esse resultado foi impulsionado por aumentos tanto no volume exportado (+10%) quanto no preço médio em dólar recebido (+10%).

Fêmeas fora das escalas e contratos a termo aquecidos no mercado do boi gordo

Na região Norte, a menor presença de fêmeas nas escalas de abate tem contribuído para a valorização dos machos, afirma a Agrifatto. Além disso, o avanço das cotações futuras na B3 tem estimulado frigoríficos em São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul a firmarem contratos a termo com base nos preços projetados para o último trimestre do ano.

Na quarta-feira (11), o contrato com vencimento em outubro/25 encerrou o pregão a R$ 343,05/@, uma alta de 0,87% no dia, refletindo otimismo dos investidores com o mercado.

Reposição e carne com preços firmes

De acordo com o Cepea, os valores dos bovinos para reposição também estão firmes, com liquidez aumentando desde a semana passada. Contudo, a baixa oferta de boi magro limita o avanço dos negócios. No atacado, os preços da carne bovina seguem em recuperação, impulsionados pelas boas vendas nas últimas semanas.

No entanto, a segunda quinzena do mês tende a esfriar a movimentação, com menor apelo ao consumo. Segundo o analista Fernando Iglesias, há uma tendência clara do consumidor migrar para proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos.

Preços da carne no atacado

  • Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 19,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

Dólar fecha em alta e segue pressionando custos

O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,5425 para venda, com alta de 0,07%. Durante a sessão, a moeda oscilou entre R$ 5,5243 e R$ 5,5588, mantendo o câmbio em patamares que ainda afetam custos da cadeia produtiva, mas ao mesmo tempo favorecem a competitividade das exportações.


De forma resumida, com oferta limitada, exportações aquecidas e contratos futuros em valorização, o boi gordo fecha a semana com forte alta e tendência de manutenção desse cenário no curto e médio prazo. O comportamento das escalas de abate e a demanda interna serão pontos-chave de atenção nos próximos dias.

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