Boi gordo tem alta em importantes praças, atinge R$ 330/@ e deve subir ainda mais

Alta da arroba do boi gordo reflete escassez de oferta, consumo aquecido e exportações em ritmo recorde; 7 praças em alta, com destaque para SP, MG e GO

O mercado do boi gordo entrou em dezembro com sinais claros de valorização, puxado por uma combinação de oferta reduzida de animais para abate, aumento da demanda interna impulsionada pelas festas de fim de ano e exportações de carne bovina que caminham para bater recorde histórico. Segundo levantamento da Agrifatto, a arroba do boi comum já atinge R$ 320,00 em São Paulo, enquanto o chamado “boi-China” chega a R$ 330,00/@.

A análise da Agrifatto, divulgada nesta terça-feira (2/12), aponta que sete das 17 praças pecuárias monitoradas diariamente apresentaram elevação nos preços: São Paulo, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nas demais regiões, os valores permaneceram estáveis.

Além de São Paulo, outros estados também viram as cotações avançarem:

  • Goiás: R$ 315,54 (@), contra R$ 314,11 no dia anterior
  • Minas Gerais: R$ 319,41 (@), contra R$ 317,35
  • Mato Grosso do Sul: R$ 319,32 (@)
  • Mato Grosso: R$ 301,15 (@)

Fatores que impulsionam o mercado do boi gordo

De acordo com especialistas, o movimento de alta é sustentado por três pilares:

  1. Baixa disponibilidade de animais terminados para o abate
  2. Maior consumo doméstico de carne bovina em dezembro, favorecido pela liberação do 13º salário e salários de novembro
  3. Exportações em ritmo acelerado, com demanda firme da China e dos Estados Unidos, como apontou o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado.

Mesmo com o avanço dos preços, as escalas de abate dos frigoríficos seguem apertadas, com média de oito dias úteis, segundo a Agrifatto.

Exportações batem recorde e sustentam preços

De acordo com a Datagro, os embarques de carne bovina seguem em ritmo aquecido e podem bater recorde em dezembro. Só nos primeiros 14 dias úteis do mês, as exportações já renderam US$ 1,308 bilhão, com volume de 238,2 mil toneladas e um preço médio de US$ 5.491,20 por tonelada.

Esse desempenho representa um salto expressivo em relação ao mesmo período de 2024:

  • +59,7% no valor médio diário exportado
  • +41,7% na quantidade exportada
  • +12,7% no preço médio por tonelada

Mercado futuro e atacado também seguem firmes

Na B3, o contrato com vencimento em janeiro/26 fechou em R$ 322,80/@, com leve queda de 0,20%, mas ainda dentro da tendência de alta observada desde o fim de novembro.

No atacado, os cortes do traseiro bovino continuam sendo os mais valorizados no período, atingindo R$ 25,50/kg, enquanto o dianteiro permanece em R$ 19,00/kg e a ponta de agulha a R$ 18,50/kg.

Panorama das cotações da arroba (02/12/2025)

  • São Paulo: R$ 322,92
  • Goiás: R$ 315,54
  • Minas Gerais: R$ 319,41
  • Mato Grosso do Sul: R$ 319,32
  • Mato Grosso: R$ 301,15
  • Boi-China (SP): R$ 330,00
  • Boi Comum (SP): R$ 320,00
  • Vaca Gorda (SP): R$ 302,00
  • Novilha Terminada (SP): R$ 314,00

Expectativas para o mercado do boi gordo nos próximos dias

A tendência de valorização deve se manter nas próximas semanas, impulsionada pela combinação de estoques limitados de animais, consumo doméstico elevado e exportações aquecidas. O analista Fernando Iglesias destaca que o ambiente de negócios ainda sugere espaço para novas altas no curto prazo, principalmente pelos cortes mais nobres, típicos do consumo de final de ano.

Segundo Beatriz Biancchi, da Datagro, o setor vive um momento de transição estrutural, com abates recordes no acumulado do ano e confinamentos ainda ativos mesmo em dezembro, o que pode sustentar as ofertas no curto prazo, mas manter os preços em alta devido à firme demanda.

“O brasileiro não deixa de colocar carne na mesa no fim do ano”, afirmou Biancchi, prevendo uma curva de alta contínua para a arroba.

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