A maior parte do país enfrentou tentativas de compra abaixo das referências médias; Mas, segundo as consultorias, a arroba do boi gordo pode ter valorização geral com a entrada dos salários na economia e a necessidade de compra das indústrias.
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com oscilações nos preços, refletindo diferentes dinâmicas regionais. Enquanto a maior parte do país enfrentou tentativas de compra abaixo das referências médias, Mato Grosso foi a única praça pecuária onde a arroba registrou valorização significativa. Mas, segundo as consultorias, a arroba do boi gordo pode ter valorização geral com a entrada dos salários na economia e a necessidade de compra das indústrias.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço da arroba no estado subiu 4,29% na parcial de janeiro de 2025 (até o dia 24), em comparação com dezembro de 2024. O avanço representa um ganho de R$ 12,75/@ no período, com a cotação média atingindo R$ 310,09/@.
A valorização contrasta com a performance em São Paulo, onde o preço da arroba teve um ajuste positivo mais modesto, de 0,69% no mesmo intervalo, atingindo R$ 328,16/@, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
Essa diferença reduziu o diferencial de base entre os dois estados, com a média do indicador do Imea registrando -5,51%, uma retração de 3,26 pontos percentuais no comparativo mensal. Esse patamar se encontra entre os menores valores da série histórica.
Giro do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país:
- São Paulo: R$ 332,08
 - Goiás: R$ 316,43
 - Minas Gerais: R$ 320,88
 - Mato Grosso do Sul: R$ 323,75
 - Mato Grosso: R$ 320,00
 
Fatores impulsionando os preços em Mato Grosso
A alta no preço da arroba em Mato Grosso ocorre em um momento estratégico, com a entrada dos salários na economia no início de fevereiro podendo ampliar a necessidade de compra pelas indústrias. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que essa variável pode sustentar o movimento de valorização da arroba no estado.
Por outro lado, em estados como Goiás e na Região Norte, houve um movimento contrário, com frigoríficos pressionando o mercado para realizar compras abaixo das referências médias.
Produção de carne bovina deve cair 4,9% em 2025
A valorização do boi gordo também está atrelada ao cenário de oferta restrita. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de carne bovina no Brasil sofrerá uma queda de 4,9% em 2025, totalizando 10,37 milhões de toneladas. O principal fator para esse recuo é a retenção de vacas reprodutoras, estratégia adotada por pecuaristas diante da reversão do ciclo pecuário.
Impacto na inflação
Ainda que os preços das carnes tenham representado 10,76% do índice geral da inflação em 2024, o início de 2025 registrou recuos pontuais. No entanto, Iglesias alerta que a tendência é de que as carnes voltem a pressionar os índices inflacionários ao longo do ano.
“Muito provavelmente, nós teremos preços mais altos ao longo de toda a cadeia pecuária. A arroba do boi gordo já começou o ano mais valorizada e essa tendência deve se manter, impactando os preços finais nos supermercados”, afirmou o analista em entrevista ao Mercado & Companhia.
Mercado atacadista segue acomodado
No atacado, os preços da carne bovina seguem estáveis. O analista da Safras & Mercado explica que a entrada dos salários pode estimular o consumo, mas o primeiro bimestre do ano tende a favorecer proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos.
Os preços médios das principais peças no mercado atacadista são:
- Quarto traseiro: R$ 25,50/kg
 - Ponta de agulha: R$ 18,00/kg
 - Quarto dianteiro: R$ 18,00/kg
 
Dólar em queda
O câmbio também influencia os preços da carne bovina, principalmente no setor de exportação. Na última sessão, o dólar comercial caiu 0,74%, encerrando o dia cotado a R$ 5,8681 para venda e R$ 5,8661 para compra. Durante o pregão, a moeda oscilou entre R$ 5,8567 e R$ 5,9202.
Dessa foram, a valorização da arroba do boi gordo ficou concentrada em Mato Grosso, enquanto outras regiões lidam com tentativas de compra em valores mais baixos. Com a oferta reduzida e a perspectiva de aumento da demanda, os preços podem seguir firmes nos próximos meses. O impacto da queda na produção nacional e a pressão inflacionária devem manter o setor pecuário no centro das atenções em 2025.
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