Boi gordo tem alta no valor da arroba na abertura da semana; veja onde

Escalas de abate mais curtas e dificuldade na oferta de animais jovens impulsionam os preços no mercado do boi gordo em várias praças do país

O mercado físico do boi gordo começou a semana com leve movimento de alta nos preços da arroba, principalmente em estados com maior representatividade na produção pecuária. O cenário reflete a dificuldade das indústrias frigoríficas em adquirir animais jovens e prontos para o abate, além do encurtamento das escalas, que atualmente giram em torno de sete dias úteis na média nacional.

De acordo com análise da consultoria Safras & Mercado, há uma boa oferta de fêmeas no mercado brasileiro, o que colabora para que os frigoríficos mantenham alguma atividade. No entanto, a aquisição de bois padrão China ou animais mais novos continua limitada, pressionando os preços para cima em algumas regiões.

Os principais aumentos foram registrados nas seguintes praças:

  • São Paulo: R$ 308,75/@ (sexta: R$ 306,50)
  • Goiás: R$ 290,54/@ (anterior: R$ 289,29)
  • Minas Gerais: R$ 292,94/@ (anterior: R$ 288,82)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 305/@ (sexta: R$ 304)
  • Mato Grosso: R$ 300,61/@ (estável)

Apesar da movimentação positiva, os analistas reforçam que a alta ainda é moderada e depende de fatores como o comportamento do mercado atacadista, exportações e o ritmo das compras da indústria.

Frigoríficos paulistas cautelosos

Segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços do boi gordo em São Paulo se mantiveram estáveis nesta segunda-feira (2/6). A maioria dos frigoríficos paulistas iniciou a semana fora das compras, aguardando movimentações mais claras no mercado.

  • Boi comum: R$ 302/@
  • Boi-China: R$ 305/@
  • Vaca gorda: R$ 275/@
  • Novilha: R$ 288/@

A falta de precipitações mais expressivas nos últimos dias atrasou a transição para a seca, o que tem permitido ao pecuarista reter mais os animais a pasto, reduzindo a urgência de venda e impactando o ritmo das negociações.

Exportações continuam aquecidas, o que favorece alta no boi gordo

Outro fator de sustentação do mercado é o desempenho das exportações brasileiras de carne bovina. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país exportou 173,8 mil toneladas de carne bovina in natura na primeira quinzena de maio, o que representa uma alta de 23,7% em comparação com o mesmo período de 2024.

Esse bom desempenho externo contribui para o escoamento da produção e ajuda a manter as cotações firmes, mesmo com a pressão exercida pelo consumo interno ainda fraco.

Atacado começa semana estável

No mercado atacadista, os preços iniciaram a semana sem grandes alterações, mas com expectativa de melhora, especialmente devido à entrada dos salários na economia, o que tradicionalmente estimula o consumo e a reposição ao longo da cadeia.

Cotações dos principais cortes:

  • Quarto traseiro: R$ 23,00/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 18,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,00/kg

Já a carcaça casada do boi gordo paulista fechou a última semana com queda de 1,67%, a R$ 20,37/kg, refletindo o padrão sazonal de retração no consumo ao fim do mês.

Boi gordo: Perspectivas para junho

Para os próximos dias, a expectativa é de ligeira recuperação nos preços das proteínas, impulsionada pelo início do mês, maior entrada de recursos na economia e continuidade do bom ritmo das exportações. No entanto, o mercado ainda permanece atento à chegada do gado confinado, que pode voltar a pressionar as cotações, principalmente em estados como São Paulo e Mato Grosso.

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