Boi gordo tem “motivo de sobra” para alta nos preços nesta semana; vem R$ 330/@?

Retomada das exportações aos EUA, demanda interna aquecida e cenário de fim de ano criam ambiente positivo para a valorização da arroba do boi gordo ao longe desta semana, apontam as consultorias

O mercado do boi gordo iniciou dezembro com forte sustentação nos preços, e os fundamentos para novas altas nesta semana são diversos e consistentes. A combinação entre demanda interna aquecida, exportações em alta – com destaque para o retorno das vendas aos Estados Unidos – e um cenário típico de maior consumo neste período do ano sustentam um viés positivo no mercado pecuário.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 318,49 mil toneladas de carne bovina in natura em novembro de 2025, um volume recorde para o mês e 39,6% superior ao registrado no mesmo período de 2024. O faturamento também impressiona: US$ 1,755 bilhão, crescimento de 57,9% na comparação anual.

A retomada das exportações para os Estados Unidos, após a suspensão da sobretaxa de 40%, é vista como um dos principais motores para o otimismo atual. Segundo analistas da Scot Consultoria e da Safras & Mercado, o apetite norte-americano por carne brasileira deve continuar forte até o início de 2026, impulsionado pelo período sazonal de festas e pela competitividade da proteína nacional .

Demanda interna reforça cenário positivo no mercado do boi gordo

O mês de dezembro tradicionalmente marca o pico do consumo doméstico de carne bovina, em razão do pagamento do 13º salário, geração de empregos temporários e confraternizações. Esse ambiente sustenta a alta dos preços, especialmente nos cortes mais valorizados no atacado, como os do traseiro. O quarto traseiro, por exemplo, subiu 1,96% e foi cotado a R$ 26/kg, enquanto o quarto dianteiro recuou 2,63%, para R$ 18,50/kg, refletindo ajustes de mercado típicos da época .

Preço ganha força nas praças pecuárias

Os preços da arroba do boi gordo seguem firmes nas principais regiões produtoras. Segundo levantamento do dia 4 de dezembro:

  • São Paulo (Capital): R$ 325/@, estável
  • Goiás (Goiânia): R$ 320/@, alta de 1,59%
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 320/@, alta de 1,59%
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320/@, estável
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300/@, estável
  • Rondônia (Vilhena): R$ 280/@, estável 

A Scot Consultoria destaca ainda que, em São Paulo, o “boi comum” foi negociado a R$ 322/@ e o “boi-China” a R$ 326/@, valores brutos a prazo. Mesmo com escalas um pouco mais alongadas nos frigoríficos, o viés segue positivo para a segunda semana do mês .

Apesar da tendência de valorização, o mercado ainda lida com uma ampla oferta de animais terminados, o que atua como freio para altas mais expressivas. “Há espaço para crescimento nos preços, mas de forma comedida”, pontua Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado .

A expectativa é de que os bons números de novembro sejam superados em dezembro, especialmente com a demanda dos EUA ainda aquecida, a estabilidade da relação com a China e o aquecimento do mercado interno. A Scot Consultoria projeta faturamento superior a US$ 15 bilhões em 2025 com as exportações de carne bovina .

Com a combinação de fatores externos e internos favoráveis, o boi gordo inicia a semana com “motivo de sobra” para manter a firmeza nos preços. Exportações recordes, volta dos EUA ao mercado, consumo interno aquecido e o tradicional pico de demanda no fim de ano reforçam a confiança dos pecuaristas e do setor produtivo. Ainda que a oferta de animais seja um limitador para grandes saltos, o cenário segue positivo para o restante de dezembro.

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