Boi gordo tem preços mais altos em importantes praças; veja as cotações da arroba

Demanda firme, exportações aquecidas e baixa oferta sustentam valorização no mercado do boi gordo em diversas regiões produtoras

O mercado físico do boi gordo segue em firme recuperação, com valorização em importantes praças pecuárias do país. O movimento de alta é sustentado por escalas de abate curtas, demanda consistente no mercado interno e, principalmente, um ritmo forte das exportações de carne bovina in natura, o que pressiona os frigoríficos a pagarem mais pela arroba do boi terminado.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, os frigoríficos operam com escalas de abate entre cinco e sete dias úteis na média nacional, o que abre espaço para negociações acima da referência média.

“O mercado ainda se depara com alguma dificuldade na aquisição de animais jovens, principalmente os aptos para exportação à China. As exportações são a grande variável da atual temporada, considerando o desempenho espetacular, com o país caminhando a passos largos para um recorde de embarques”, destaca Iglesias.

Cotações da arroba do boi gordo

Nesta quarta-feira (11/6), os preços subiram em pelo menos seis praças brasileiras — entre elas, São Paulo, Mato Grosso, Acre, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina — segundo levantamento da Agrifatto e Scot Consultoria. Confira os principais valores apurados:

  • São Paulo:
    • Boi comum: R$ 315/@ (Agrifatto) | R$ 314/@ (Scot)
    • Boi China: R$ 320/@ (Agrifatto) | R$ 317/@ (Scot)
    • Vaca gorda: R$ 285/@ (+R$ 3)
    • Novilha gorda: R$ 300/@ (+R$ 5)
  • Mato Grosso: R$ 314,59 — alta sobre os R$ 311,89 da véspera
  • Mato Grosso do Sul: R$ 314,32 — anteriormente R$ 313,86
  • Minas Gerais: R$ 300,88 — frente a R$ 300,29
  • Goiás: R$ 301,43 — estável
  • Pará, Tocantins, Acre, Rondônia: valorização puxada pela menor presença de fêmeas nas escalas, favorecendo os machos terminados

A oferta restrita de bovinos terminados, especialmente os machos voltados à exportação, tem sido o principal pilar de sustentação da alta nas cotações, conforme aponta a Agrifatto.

Atacado acompanha, mas ainda com cautela

No mercado atacadista de carne bovina com osso, os preços seguem estáveis, mas com tendência altista no curto prazo, impulsionada pela entrada dos salários e expectativa de maior reposição entre varejo e atacado.

  • Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 19,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

Apesar da firmeza da carne bovina, as proteínas concorrentes, como a carne de frango, ainda exercem uma pressão competitiva significativa nos pontos de venda, segundo Iglesias.

Mercado futuro e contratos a termo no mercado do boi gordo

A valorização esperada no último trimestre do ano também tem incentivado algumas indústrias a firmarem contratos a termo com produtores, especialmente em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, usando como base os valores projetados pela B3 para outubro, novembro e dezembro.

No entanto, a terça-feira (10/6) foi de ajustes negativos na bolsa. O contrato junho/25 fechou cotado a R$ 317,10/@, queda de 0,52% sobre o pregão anterior.

Câmbio favorece exportação

O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,55%, negociado a R$ 5,5382 para venda e R$ 5,5362 para compra. Durante o dia, oscilou entre R$ 5,5216 e R$ 5,5806. Essa variação cambial favorece a competitividade da carne bovina brasileira no mercado externo, o que retroalimenta o ciclo de alta nos preços do boi.

Perspectivas

A expectativa, segundo os analistas da Agrifatto, é de manutenção do viés de alta no médio prazo, com sustentação em três pilares principais:

  • Exportações em ritmo acelerado
  • Consumo interno consistente nas últimas semanas
  • Escalas curtas de abate nas indústrias frigoríficas

Com isso, os pecuaristas seguem confiantes na retomada do ciclo positivo de preços, especialmente com a aproximação do segundo semestre — tradicionalmente mais aquecido para a demanda de carne bovina no Brasil e no exterior.

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