
Apesar da pressão de curto prazo, alguns sinais indicam que uma retomada da fase de alta pode estar se aproximando. Confira as cotações do mercado do boi gordo pelo país nessa quinta-feira
Com o avanço da entressafra, a redução das chuvas e o aumento na oferta de animais terminados, o mercado do boi gordo vive um momento de tensão entre pressões de baixa e indícios de uma possível retomada da fase de alta no ciclo pecuário. A pergunta que ronda as rodas de pecuaristas é: será que a arroba pode alcançar os R$ 340 ainda neste primeiro semestre de 2025? A resposta exige cautela — e uma boa leitura do mercado.
Segundo a Agrifatto, a média nacional do boi gordo fechou em queda de 0,32%, sendo negociada a R$ 296,59/@ no último fechamento. Entre as principais praças pecuárias, apenas Minas Gerais manteve a cotação estável, com a arroba em R$ 301,45/@.
Já em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o boi comum caiu para R$ 313/@, enquanto o chamado “boi-China” se manteve em R$ 317/@. A pressão de baixa se justifica pela maior oferta de gado de safra, provocada pelo fim da estação chuvosa e pela capacidade de suporte das pastagens em queda.
Em paralelo, as escalas de abate das indústrias giram entre sete e nove dias, o que indica relativo conforto para os frigoríficos.
Preços do boi gordo pelo Brasil
Confira os valores médios da arroba nas principais regiões, segundo levantamento do Canal Rural:
- São Paulo: R$ 309,25
- Goiás: R$ 291,79
- Minas Gerais: R$ 294,71
- Mato Grosso do Sul: R$ 302,73
- Mato Grosso: R$ 301,35
Contratos futuros em alerta
No mercado futuro, o contrato com vencimento em junho/25 recuou 0,76%, fechando a R$ 305,05/@, o que reforça a cautela dos investidores quanto a uma recuperação rápida nos preços.
Mato Grosso dá sinais de possível virada
Apesar da pressão de curto prazo, alguns sinais indicam que uma retomada da fase de alta pode estar se aproximando. Em Mato Grosso, os abates de abril/25 chegaram a 581 mil cabeças, um avanço mensal de 6,29%. Porém, o comparativo anual ainda mostra queda de 1,76% nos abates de fêmeas e 3,69% nos machos.
Esse recuo na participação das fêmeas, somado a escalas mais curtas e à redução do diferencial de base, pode fazer do estado um dos precursores da virada de ciclo pecuário — com impacto direto nas cotações nos próximos meses.
Demanda e consumo ainda limitam altas
Do lado da demanda, o mercado atacadista permanece pressionado, refletindo um perfil de consumo mais conservador na segunda quinzena do mês. Cortes como o quarto traseiro e o quarto dianteiro apresentaram recuos de R$ 1,00/kg, enquanto a ponta de agulha caiu R$ 0,50/kg, segundo a Safras & Mercado. O dólar alto pode ajudar na exportação e manter o ritmo de embarques aquecido, mas não tem sido suficiente para sustentar novas altas internas.
Com os preços ainda pressionados e a entressafra ganhando força, a arroba a R$ 340 no primeiro semestre de 2025 parece improvável no cenário atual. Contudo, o comportamento dos abates, sobretudo de fêmeas, pode ser determinante para os movimentos de mercado. Analistas recomendam atenção às ferramentas de proteção como opções de venda (PUTs) para mitigar riscos e proteger a margem operacional dos pecuaristas.
Fique atento. A virada do ciclo pode estar próxima — mas ainda exige paciência e estratégia.
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