Boi gordo volta a R$ 330/@ – de forma pontual – com mercado travado e clima de recesso

Frigoríficos operam com escalas confortáveis e retração nas compras do boi gordo; consumo interno sustenta atacado, mas negócios no físico são limitados pela pausa de fim de ano. Confira as cotações

No apagar das luzes de 2025, o mercado físico do boi gordo entra em compasso de espera. Apesar de uma pontual valorização de até R$ 330/@ para o “boi-China” em São Paulo, o cenário geral é de acomodação dos preços nas principais praças, escalas de abate alongadas e ritmo lento nas negociações, tanto do lado da oferta quanto da demanda. Confira os detalhes do mercado pecuário.

O contexto é marcado pela proximidade das festividades de fim de ano, férias coletivas em frigoríficos e programações já estendidas para janeiro, criando um mercado travado e em clima típico de recesso.

Mercado físico do boi gordo estagnado

De acordo com a Agrifatto, os preços da arroba seguem estáveis nas principais regiões produtoras do país, com média de R$ 304,25/@ entre 16 praças monitoradas. Em São Paulo, o boi gordo padrão interno foi cotado a R$ 320/@, enquanto o “boi-China” atingiu R$ 330/@, valor considerado pontual e restrito a algumas negociações específicas.

A Scot Consultoria também reporta estabilidade em todas as categorias no estado paulista:

  • Boi comum: R$ 321/@
  • Boi-China: R$ 325/@
  • Vaca gorda: R$ 302/@
  • Novilha terminada: R$ 312/@

Segundo a Safras & Mercado, o mercado está em acomodação, com indústrias menos ativas no final da temporada por conta das férias coletivas e manutenção de plantas fabris.

Escalas alongadas e abates planejados

Tanto a Agrifatto quanto a Safras indicam que frigoríficos operam com escalas confortáveis, cobrindo em média dez dias úteis de abate. A programação de abates já está sendo direcionada para a segunda quinzena de janeiro, o que reduz a pressão de compra no curto prazo.

Exportação sustenta preços em meio à retração interna

Com a demanda interna enfraquecida — reflexo do calendário festivo e da menor movimentação no varejo —, as exportações de carne bovina in natura se mantêm como o principal vetor de sustentação para o boi gordo. A Agrifatto avalia que os embarques seguem em bom ritmo e devem continuar como âncora de preços até o início de 2026.

Atacado em alta: churrasco impulsiona corte traseiro

Mesmo com o mercado do boi gordo travado, os preços da carne bovina seguem em alta no atacado, impulsionados pelo aumento de consumo típico das confraternizações de fim de ano. Segundo o Cepea, houve expressivas valorizações nos principais cortes de churrasco entre outubro e meados de dezembro:

  • Picanha: +21,5%
  • Maminha: +11,2%
  • Fraldinha: +12,8%

A carcaça casada também se valorizou, puxada pelo quarto traseiro (R$ 26,25/kg) e ponta de agulha (R$ 18,20/kg), enquanto o quarto dianteiro subiu menos (R$ 18,50/kg), comportamento considerado típico do período.

Expectativas para janeiro: apetite renovado?

Do lado da oferta, pecuaristas demonstram cautela, já tendo encerrado vendas ou aguardando preços melhores em janeiro. Há expectativa de que, passada a pausa das festas e com estoques reduzidos, os frigoríficos retomem as compras de forma mais agressiva, o que pode trazer nova dinâmica ao mercado na virada do ano.

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