
Preços do boi gordo seguem em alta com dificuldade nas escalas de abate, mas é preciso ficar atento aos fatores que mantém o viés de alta; Principal variável para sustentar os preços no restante do semestre será, principalmente, a demanda do mercado internacional
O mercado físico do boi gordo continua a registrar altas nos preços das principais categorias de animais para abate, informaram as principais consultorias que acompanham as movimentações da arroba pelas praças pecuárias e, complementam ainda que, frigoríficos tem enfrentando desafios para compor suas escalas de abate. As indústrias de menor porte, sem animais de parceria, têm dificuldades adicionais.
“O volume negociado de forma equilibrada entre produtores e frigoríficos assegurou o atendimento das programações em dez abates, em nível nacional”, apontou a Agrifatto. Colaborando com as informações, na avaliação da Scot, o volume de bovinos ofertados tem sido suficiente para manter as escalas de abate de abate dos frigoríficos paulistas, que atualmente atendem de 5 a 10 dias úteis.
Em São Paulo, diz a S&P Global, os preços do boi gordo e da vaca gorda permaneceram inalterados, refletindo uma oferta ajustada pelos pecuaristas, que buscam proteger suas margens em um cenário incerto. Já a Agência Safras, mostra que já ocorrem negociações de R$ 238,00/@ de forma mais firme, considerando a média paulista.
Com isso, reforça a Scot, o boi gordo segue andando de lado, negociado em R$ 230/@, enquanto a vaca e a novilhas gordas são vendidas por R$ 207 e R$ 220/@ respectivamente ( preços brutos e a prazo). O “boi-China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – (base SP) está apregoado em R$ 235/@, com ágio de R$ 5/@ em relação ao animal “comum”, aquele destinado ao mercado interno.
Apesar da redução na pressão de aumento dos preços, os valores no mercado físico permaneceram estáveis nas 17 regiões produtoras monitoradas pela Agrifatto. Essa estabilidade foi sustentada por contratos a termo, pela chegada de animais terminados em confinamento e por negociações estratégicas.
Cotações da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias
- São Paulo: R$ 238,00
- Goiás: R$ 229,50
- Minas Gerais: R$ 226,00
- Mato Grosso do Sul: R$ 237,84
- Mato Grosso: R$ 211,50
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, a demanda, especialmente do mercado internacional, é a principal variável para sustentar os preços no restante do semestre.
Mercado futuro do boi gordo
Após a desvalorização geral observada na B3 na quarta-feira, aponta a Agrifatto, todos os contratos registraram ajustes positivos nesta quinta-feira. O contrato com vencimento em janeiro de 2025 foi o destaque, encerrando o dia a R$249,05, um avanço de 0,40% em relação ao fechamento anterior.
O volume de contratos em aberto (futuro + opções) cresceu, mas de maneira tímida, aumentando 1,43% no comparativo semanal, chegando a 117,26 mil contratos. Segundo a consultoria, a expansão dos negócios só ocorreu por conta dos contratos de opções, que registraram um incremento de 2,38% no comparativo semanal e atingiram 83,05 mil contratos.
Exportações em alta
No cenário das exportações, os dados preliminares de agosto de 2024 indicam um crescimento expressivo nas vendas externas das principais proteínas. A carne bovina se destacou, com um aumento de 18,6% no volume médio diário embarcado em comparação ao mesmo período do ano anterior.
“Esse avanço ressalta a importância do mercado externo para o escoamento da produção nacional, especialmente em um momento de retração da demanda interna”, afirmou a S&P Global.
Atacado
Os preços da carne bovina permanecem firmes, mas há menor espaço para novos aumentos, especialmente na segunda quinzena do mês. O quarto dianteiro é precificado a R$ 13,15/kg, a ponta de agulha a R$ 13,00/kg, e o quarto traseiro a R$ 17,20/kg.
As exportações brasileiras de carne bovina seguem como uma variável importante, com julho marcando um recorde histórico de embarques, destacando o fortalecimento do setor.
Preços no mercado do boi gordo e escalas de abate, segundo a Agrifatto
São Paulo:
- Boi comum: R$235,00/@
- Boi China: R$240,00/@
- Média: R$237,50/@
- Vaca: R$210,00/@
- Novilha: R$220,00/@
- Escalas de abate: 12 dias
Minas Gerais:
- Boi comum: R$225,00/@
- Boi China: R$230,00/@
- Média: R$227,50/@
- Vaca: R$210,00/@
- Novilha: R$215,00/@
- Escalas de abate: 10 dias
Mato Grosso do Sul:
- Boi comum: R$235,00/@
- Boi China: R$240,00/@
- Média: R$237,50/@
- Vaca: R$215,00/@
- Novilha: R$220,00/@
- Escalas de abate: 7 dias
Mato Grosso:
- Boi comum: R$210,00/@
- Boi China: R$215,00/@
- Média: R$212,50/@
- Vaca: R$195,00/@
- Novilha: R$205,00/@
- Escalas de abate: 9 dias
Tocantins:
- Boi comum: R$210,00/@
- Boi China: R$220,00/@
- Média: R$215,00/@
- Vaca: R$195,00/@
- Novilha: R$200,00/@
- Escalas de abate: 10 dias
Pará:
- Boi comum: R$210,00/@
- Boi China: R$220,00/@
- Média: R$215,00/@
- Vaca: R$190,00/@
- Novilha: R$195,00/@
- Escalas de abate: 11 dias
Goiás:
- Boi comum: R$225,00/@
- Boi China/Europa: R$230,00/@
- Média: R$227,50/@
- Vaca: R$210,00/@
- Novilha: R$215,00/@
- Escalas de abate: 8 dias
Rondônia:
- Boi: R$190,00/@
- Vaca: R$175,00/@
- Novilha: R$180,00/@
- Escalas de abate: 12 dias
Maranhão:
- Boi: R$200,00/@
- Vaca: R$185,00/@
- Novilha: R$190,00/@
- Escalas de abate: 10 dias
Paraná:
- Boi: R$238,00/@
- Vaca: R$210,00/@
- Novilha: R$220,00/@
- Escalas de abate: 7 dias
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