
Fazenda é alvo de criminosos pela segunda vez em menos de dois meses em São Francisco do Conde, acendendo alerta sobre segurança no campo; segundo as informações Bois são mortos e carne é furtada
Uma nova e preocupante ocorrência de abate ilegal de gado foi registrada na madrugada da última quinta-feira (19) na cidade de São Francisco do Conde, localizada na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Sete bois foram mortos e tiveram suas carnes furtadas após criminosos invadirem a Fazenda Guaíba. O caso foi descoberto por funcionários da propriedade na manhã do mesmo dia e registrado na Delegacia local. O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 35 mil.
Essa foi a segunda invasão à mesma propriedade rural em um intervalo inferior a 50 dias. Segundo o presidente da União Agro Bahia (Unagro), Luiz Bahia Neto, a fazenda já havia sido atacada em 4 de maio, quando cinco animais também foram abatidos e a carne levada pelos suspeitos. Para ele, há indícios claros de ação coordenada de quadrilhas especializadas na região.
Bois são mortos: Sinais do crime e modo de atuação
Os funcionários da fazenda se depararam com o portão arrombado, cercas danificadas e restos dos bois — como cabeças e patas — espalhados pelo local, sinalizando que o abate ocorreu ali mesmo. A prática criminosa demonstra alto nível de organização, com abates noturnos e retirada rápida da carne, possivelmente com destino a feiras livres e mercados informais.
“Temos registrado de duas a três ocorrências por mês na região desde o início do ano, especialmente aos fins de semana. Acreditamos que essa carne esteja sendo escoada para feiras livres”, afirmou Luiz Bahia Neto.

Impacto econômico e clima de insegurança
Além dos danos materiais, o crime aprofunda o clima de insegurança entre os produtores rurais do Recôncavo Baiano. A Unagro calcula que o prejuízo apenas neste último ataque esteja entre R$ 30 mil e R$ 35 mil, levando em conta o valor dos animais abatidos, a perda de produtividade e os danos à infraestrutura da fazenda.
“Esse furto mais recente representa um prejuízo enorme e tem prejudicado seriamente a produção rural da região. O sentimento é de abandono”, lamentou o representante da entidade.
Investigações em andamento
A Polícia Civil da Bahia informou que as investigações estão em andamento para identificar os responsáveis, mas nenhum suspeito foi preso até o momento. A gravidade do caso levanta novamente discussões sobre a falta de policiamento nas zonas rurais e a vulnerabilidade dos produtores frente a crimes organizados.
O episódio expõe uma realidade cada vez mais frequente nas áreas rurais do país: a vulnerabilidade diante de furtos qualificados e violência no campo. Com o aumento dos registros, entidades representativas do setor agropecuário cobram ações mais efetivas das autoridades para combater o avanço das quadrilhas que têm colocado em risco não apenas o patrimônio, mas a própria segurança dos produtores e trabalhadores rurais.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.