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Brasil ameaça retaliar se UE embargar carne

Com o fim das “intensas” negociações com a União Europeia ontem em Bruxelas, o Brasil passou a cogitar retaliar importações de produtos do bloco caso este decida, na semana que vem, impor um embargo definitivo a plantas da BRF e de outras empresas brasileiras de carne de frango, bovina, pescado e mel.

Nesse contra-ataque avaliado pelo Brasil, o presidente Michel Temer poderá entrar em campo e não está descartada a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a UE, segundo uma fonte a par do assunto.

A posição da comitiva brasileira liderada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi comunicada a autoridades da Comissão Europeia em reuniões nesta semana. Nos próximos dias 18 e 19, países-membros do bloco vão se reunir para decidir, em votação, se a barreira para a BRF e outras empresas será imposta.

O principal foco da visita da delegação brasileira a Bruxelas era justamente evitar essa votação, que até agora está mantida. O Ministério da Agricultura defende que o embargo da UE continue restrito às três plantas da BRF investigadas no âmbito da Operação Trapaça. Por outro lado, técnicos da UE vêm demonstrando desconfiança de que outras unidades da BRF também tenham cometido irregularidades.

Deflagrada pela Polícia Federal no dia 5 de março deste ano, a Trapaça revelou um esquema de fraudes envolvendo a BRF e laboratórios na análise da bactéria salmonela em lotes de carne de frango destinados à exportação.

Em sua página oficial no Facebook, Blairo Maggi comentou ontem que as negociações com os europeus tiveram “poucos avanços”, mas disse ainda ter esperança de “minimizar impactos negativos” sobre as vendas externas de carnes de aves do Brasil. O ministro confirmou que poderão ser tomadas as “providências que forem consideradas necessárias” para restabelecer o fluxo comercial com o bloco, caso a UE realmente venha a aplicar sanções comerciais mais duras ao agronegócio brasileiro.

A comitiva brasileira retorna hoje, e na próxima terça-feira Blairo Maggi concederá uma entrevista coletiva para detalhar as conversas com os europeus.

O Valor apurou que, embora a iniciativa privada e o governo brasileiro estejam se empenhando para evitar uma “guerra comercial” com a UE, o Palácio do Planalto pode ser acionado para aplicar sanções a produtos europeus, não só agropecuários. Além de queijos, vinhos, azeites e bacalhau, automóveis e autopeças também poderão entrar na lista, se de fato ela existir.

“Não adianta colocarmos a culpa na Polícia Federal ou no protecionismo europeu, que sempre existiu. Temos que arrumar a casa – pública e privada – e reconstruir nossa credibilidade”, afirma Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

Com informações do Valor.

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