
Especialista avalia que setor entra em fase de amadurecimento após movimentar mais de US$ 800 milhões em 2023.
O mercado brasileiro de bioinsumos atravessa uma fase de reorganização e amadurecimento após um ciclo de crescimento acelerado. Em 2023, o setor movimentou mais de US$ 800 milhões, registrando expansão na área tratada e no número de produtos homologados. Agora, os sinais de pressão sobre margens, comoditização de ativos e desafios regulatórios mostram que a atividade se torna mais competitiva e exigente. A avaliação é de Felipe Sulzbach, responsável pelas operações da Elicit Plant Brasil.
O executivo destaca que o crescimento acima da média global evidencia o protagonismo brasileiro na agricultura sustentável. “Os produtores buscam soluções que regeneram o solo, reduzam a dependência de químicos e aumentem a resiliência das lavouras. Isso amplia a produtividade e fortalece a reputação internacional do país como líder em práticas agrícolas sustentáveis”, observa.
Segundo Sulzbach, a chegada de novas empresas e tecnologias elevou a diversidade da oferta, mas também aumentou a concorrência. “Muitos produtos são similares, com poucos ativos realmente diferenciados. Isso gera disputa intensa por preços e eficiência operacional. Por outro lado, empresas inovadoras já apostam em tecnologias de terceira geração, como fitoesteróis, RNAi e inteligência artificial, que devem elevar o padrão técnico do setor”, explica.
Na avaliação do responsável pela Elicit Plant Brasil, o mercado vive uma transição entre a expansão inicial e a consolidação. Grandes distribuidores enfrentam dificuldades diante da queda de margens, enquanto cooperativas ampliam participação. “O que mudou nos últimos dois anos foi a percepção de que não basta crescer, é preciso entregar valor real ao produtor”, ressalta.
O Brasil é apontado como protagonista global até 2030, impulsionado pela escala de produção, demanda crescente e base tecnológica robusta. A nova legislação de bioinsumos deve ampliar a segurança jurídica e atrair investimentos, mas ainda há gargalos. “Os principais desafios estão na regulação em construção, no controle de qualidade e na dependência de insumos importados. Para avançar, será fundamental uma coordenação entre indústria, governo, academia e produtores”, comenta.
Sulzbach conclui que o setor tem perspectivas promissoras, mas o país precisa investir em inovação, profissionalização e em um ecossistema sólido. “Estamos no caminho certo, mas ainda há muito a fazer”, reforça.
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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