 
        Países que seguem a paridade de preços internacionais e que não restringirão a produção e as exportações tendem a ganhar mais com a alta
O aumento global dos preços das commodities será positivo em geral para a América Latina, mas os benefícios não serão distribuídos uniformemente na região. A avaliação é da Moody’s Investors Service.
“Vários países latino-americanos estão bem posicionados para se beneficiar de uma valorização substancial do valor de commodities amplamente empregadas na produção, transporte e consumo de bens”, afirma Gersan Zurita, vice-presidente sênior na Moody’s, em relatório.
Esse benefício, segundo ele, ocorrerá por meio do aumento dos volumes de exportação e dos preços, e mudanças na carteira global de investidores. Países que seguem a paridade de preços internacionais e que não restringirão a produção e as exportações tendem a ganhar mais com a alta. Para a Moody’s, o Brasil é provavelmente o principal beneficiário latino-americano dos ventos favoráveis.
A agência ressalta que o aumento de preços será percebido mais em commodities que foram diretamente afetadas pelo conflito militar Rússia-Ucrânia, e que já vinham subindo em decorrência dos bloqueios causados pela pandemia de Covid desde o fim de 2020.
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Energia
Os preços de commodities de energia permanecerão altos até 2023, em consequência das perdas de fornecimento de energia da Rússia e riscos geopolíticos, além de desequilíbrios crescentes causados por investimentos insuficientes na produção. Na região, a produção de petróleo registra crescimento apenas no Brasil. Ela é estável na maior parte dos outros países e está em declínio secular no México.
Agrícolas
Os elevados preços do petróleo e a alta demanda esperada por alimentos favorecerão os preços das commodities agrícolas. Esse cenário terá a contribuição dos fenômenos recorrentes do El Niño-La Niña, que irão gerar volatilidade às colheitas. Brasil e Argentina estão entre os países que devem se beneficiar com os altos preços do milho e da soja, segundo o relatório.
Metais
Exportadores latino-americanos tendem a ser favorecidos pela margem apertada entre oferta e demanda de metais básicos na região, o que contribui para que os preços permaneçam em níveis elevados em comparação com as médias históricas. Chile, Peru e Brasil serão os países que mais se beneficiarão na região com a restrição de oferta no mercado global.
Apesar de considerar que a América Latina irá se beneficiar dessa conjuntura, a agência diz que haverá efeitos adversos nos países da América Central e do Caribe, já que os elevados preços das commodities se traduzem em maiores necessidades de financiamento externo em um momento em que as condições se deterioram rapidamente em todo o mundo.
Fonte: Estadão Conteúdo
 
			 
				