Sanções dos EUA reduzem exportações de petróleo da Venezuela, travam petroleiros e elevam preços do Brent e WTI no mercado internacional.
O carregamento de petroleiros na Venezuela diminuiu nesta segunda-feira, com a maioria dos navios transportando cargas de petróleo apenas entre portos domésticos após ações dos Estados Unidos contra mais dois navios, enquanto a empresa estatal de energia PDVSA luta para se recuperar de um ataque cibernético, mostraram dados e fontes de rastreamento.
A Guarda Costeira dos EUA apreendeu neste mês um superpetroleiro sob sanções que transportava petróleo venezuelano e tentou interceptar mais dois navios relacionados à Venezuela no fim de semana, informaram autoridades norte-americanas. Um deles é um navio vazio sob sanções dos EUA e o outro é um petroleiro não sancionado e totalmente carregado com destino à China.
Washington não forneceu informações atualizadas sobre os navios. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na semana passada um bloqueio de todos os petroleiros sob sanções que entram e saem da Venezuela.
A campanha de pressão de Trump sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro incluiu um aumento da presença militar na região e mais de duas dúzias de ataques militares a embarcações, no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe, perto da nação sul-americana. Pelo menos 100 pessoas foram mortas.
As interceptações de embarcações representaram o golpe mais duro para a PDVSA desde 2020, quando o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções às antigas empresas de comércio de petróleo da companhia, levando a cortes na produção e na exportação.
Os futuros do petróleo Brent subiram 2,17%, para US$61,78 o barril, enquanto o petróleo WTI dos EUA subiu 2,2%, para US$57,77, em meio às ações dos EUA e à guerra da Rússia contra a Ucrânia, aumentando temores de interrupções no fornecimento.
Até esta segunda-feira, a PDVSA havia entregue uma carga de 1,9 milhão de barris de petróleo pesado ao navio sancionado Azure Voyager, no porto de José, mas nenhum outro carregamento de superpetroleiro com destino à Ásia estava previsto para breve, mostraram documentos internos da empresa.
O número de navios-tanque carregados que não partiram aumentou, deixando milhões de barris de petróleo venezuelano presos nos navios, enquanto clientes exigem descontos e mudanças de contrato para realizar viagens consideradas arriscadas.
A PDVSA está restaurando lentamente alguns sistemas online após um ataque cibernético, mas não conseguiu restabelecer totalmente seu sistema administrativo centralizado, e muitos trabalhadores não receberam salários em dia, disseram fontes.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela classificou as apreensões dos EUA como “atos de pirataria”, enquanto o governo chinês afirmou que as interceptações violam gravemente o direito internacional.
A Chevron, principal parceira da PDVSA, exportou uma carga de 500.000 barris de petróleo venezuelano no domingo, com destino aos Estados Unidos, com autorização do governo norte-americano.
A Chevron exportou sete cargas de petróleo venezuelano para os EUA neste mês, cada uma entre 300.000 e 500.000 barris, segundo dados de monitoramento.
(Reportagem de Marianna Parraga e equipe da Reuters)
Fonte: Reuters
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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