Casos de Influenza Aviária na Europa

86% dos casos de Influenza Aviária resultam da disseminação do vírus entre granjas, com um total de 2.398 surtos em aves, 46 milhões de aves abatidas nos estabelecimentos afetados.

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (na sigla em inglês, EFSA, organismo da União Europeia que visa oferecer à Comissão Europeia (CE) pareceres científicos independentes sobre a segurança alimentar e os riscos possivelmente existentes na cadeia alimentar) acaba de divulgar balanço acerca do atual ciclo de Influenza Aviária no bloco europeu.

Conforme a EFSA, a temporada epidêmica de influenza aviária de alta patogenicidade (HPAI) de 2021-2022 corresponde à maior epizootia até agora observada na Europa, com um total de 2.398 surtos em aves, 46 milhões de aves abatidas nos estabelecimentos afetados, 168 detecções em aves em cativeiro e 2.733 eventos de HPAI em aves selvagens em, pelo menos, 36 países europeus.

Analisando apenas o período entre 16 de março e 10 de junho de 2022 em 28 países (não só integrantes do bloco, mas também de países vizinhos e do Reino Unido), o órgão constatou a ocorrência, no período, de 1.182 detecções de casos de HPAI, 750 deles na avicultura comercial, 410 em aves selvagens e 22 em aves cativas.

Nesse período, 86% dos casos foram caracterizados como “indiretos”, ou seja, decorrentes da disseminação do vírus entre granjas. A França foi responsável por 68% dos surtos, a Hungria por 24% e todos os outros países afetados por menos de 2% cada. A maioria das detecções em aves selvagens foi relatada pela Alemanha (158), seguida pela Holanda (98) e Reino Unido (48).

A persistência observada do vírus HPAI (H5) em aves selvagens desde a onda epidêmica de 2020-2021 indica que, na Europa, ele pode ter se tornado endêmico em populações de aves selvagens, o que implica que o risco sanitário do HPAI A(H5) para a produção avícola, humanos e a vida silvestre permanece presente durante todo o ano, com maior risco nos meses de outono e inverno.

As opções de resposta a esta nova situação epidemiológica incluem o estabelecimento e a rápida implementação de estratégias adequadas e sustentáveis de mitigação de HPAI, como a adoção de medidas de biossegurança apropriadas e de estratégias de vigilância que possibilitem a  detecção precoce da infecção nos diferentes sistemas de produção avícola. Estratégias de médio a longo prazo para reduzir a densidade de aves em criação nas áreas de alto risco também devem ser consideradas.

Os resultados da análise genética indicam que os vírus que circulam atualmente na Europa pertencem ao clado (ramo) 2.3.4.4b. Os vírus HPAI A(H5) também foram detectados em espécies de mamíferos selvagens no Canadá, EUA e Japão e revelaram possuir marcadores genéticos de adaptação à replicação em mamíferos. Desde o último relatório da EFSA, quatro infecções humanas A(H5N6), duas A(H9N2) e duas A(H3N8) foram relatadas na China e uma A(H5N1) nos EUA.

Na Europa, o risco de infecção para a população em geral é avaliado como baixo, mas caracterizado como “entre baixo e médio” para pessoas ocupacionalmente expostas ao vírus.

Clique aqui  para acessar a íntegra do relatório científico da EFSA sobre o atual surto de Influenza Aviária na Europa.

Fonte: AviSite
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